A carta que o O Globo não publicou

——————————————————————————————

Esta carta escrevi para o O Globo e enviei dia 02 de março deste ano. Eles não publicaram. Eu entendo, devem receber milhares delas e fica difícil escolher.

É sobre um artigo do Elio Gaspari, publicado nO Globo e em outros jornais (pode ser lido aqui) e a resposta do “embaixador de sua majestade britânica”. A resposta do seu majestade do embaixador, ops!, do embaixador de sua majestade, eu não achei, mas tem alguns trechos na minha carta.

Achei legal publicá-la aqui, (sem mudar vírgula) já que o jornal não quis, ainda mais nesta onda de reciprocidade, Brasil, espanha, comunidade européia, estadunidenses…

Divirtam-se…

Li com satisfação pessoal o artigo deste colunista, no dia 27 de fevereiro, intitulado “O Brasil precisa começar a deportar”. Dias depois, 1º de março, li com estupefação e indignação a resposta do “embaixador de Sua Majestade Britânica”, na seção Cartas dos Leitores. Digo com satisfação pessoal porque tive a oportunidade, neste janeiro último, de comprovar antecipadamente os equívocos escritos pelo senhor embaixador. Estava em viagem com um grupo de amigos pela Europa. Ao passarmos pelo controle de imigração na Inglaterra, a primeira pergunta que nos fizeram é se falávamos inglês; ao negarmos, fecharam a cara mais ainda do que já estavam e começaram a fazer uma série de perguntas ainda mais rápido. Apesar de todos os esforços que tive para provar minha “inocência” em querer apenas viajar uns dias por Londres, as caras e bocas de superioridade demonstravam uma total falta de paciências com “esses brasileiros”. Mostrei meus dois contracheques (sou professor e tenho duas matrículas públicas), meu plano de viagem (estava viajando por vários países e aquele não seria nem o primeiro nem o último), meu dinheiro, a reserva do hostel em que ficaria, a passagem de saída, entre outras coisas que provariam que eu não estava nem um pouco interessado em permanecer por lá. Mesmo assim, a má vontade e a perspectiva de negação de minha entrada continuaram até eu dar à simpática senhora uma informação que mudou seu semblante: minha esposa (que por falta de lugares no vôo havia chegado lá cerca de 4 horas antes) é portuguesa e tem passaporte europeu. Quase no mesmo instante fui liberado. Menos sorte teve o meu amigo, que não tem esposa com passaporte europeu: ficou retido por mais de 5 horas e foi interrogado de todas as maneiras (ao menos com um intérprete). Ao sair, contou que teve o visto autorizado por apenas 4 dias – o tempo exato de nossa permanência – e que, além dele, “branco”, na sala de espera do interrogatório havia mais 4 negros. “Não há discriminação”, senhor embaixador? Acho que o senhor deve ver o que significa esta palavra em um dicionário de Português. “Recebem de braços abertos os visitantes legítimos”, senhor embaixador? Mentira, por experiência própria. “Seguir a sugestão de Elio Gaspari de estabelecer uma política de vistos”, senhor embaixador? Mentira, esta sugestão não é dele. O senhor talvez deva ler novamente o artigo dele com um intérprete.

——————————————————————————————

Dindin:

a) Veja ASSINATURAS DE REVISTAS DIVERSAS pra você ficar por dentro do que acontece por aí… só não acredite em tudo que lê!!!

——————————————————————————————

Na mesma linha:

a) Brasil, país de contrastes

——————————————————————————————

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

3 thoughts on “A carta que o O Globo não publicou

  • 08/04/2008 em 07:26
    Permalink

    Belo horizonte ,mg08/04/2008 Ola´rede globo eu estou escrevendo esta humilde carta para tentar realizar o meu maior e grande sonho da minha vida que e´ser atriz. e conhecer a thais araujo.
    Desde quando eu era pequena eu falava com a minha mae que o meu sonho era ser atriz ,a minha mae nao pode pagar um cueso de teatro para mim porque ela nao tem condiçoes poqrque ela cuida de mim dela e dos meus dois irmaos .
    Ela e separada do meu pai a´muito tempo atraz minha mae cuida de nos sozinha quando eu e´meus irmaos eramos pequenos ela deixava de comer para dar para a gente poque as vezes nos´passavamos fome dentro de casa .
    Meu pai como eu disse elé e´separado da minha mae e´ele tem obrigaçao de dar a pençao para nos´,a minha mae ela recebe so´um salario minima por mes´e ainda nos recebemos bolsa escola mas como e´pouco de dinheiro dar pra viver .
    Por isso eu euscrevo esta humilde carta chorando que realizem o meu sono que e´ser atriz e´tambem conhecer a atriz thais araujo e´tudo que eu quero nesta vida
    Eu so´sei que enquanto eu tiver vida eu nunca vou deixar de ter este´sonho porque ele´e´meu e ´mesmo que nao se realize vai ser pra vida toda Por favor realize o meu sonho eu suo so´uma menina humilde de 15 A nos pedindo a vocÊ [s] que realize o meu sonho.
    Eu so´queria que voce[s] lessem a minha carta e´que me-ajude a realizar o meu sonho .
    As minhas amigas falam que se um dia eu ser atriz elas vai sera dona do mundo ,pois sabe oque eu viro pra elas e´falo pra elas e´falo´todo sonho pode ser realizado.
    Muito obrigado por lerem a minha carta ou mesmo se nao lerem. beijos poliana lopes de araujo

    Resposta
  • 27/09/2009 em 20:04
    Permalink

    EU SEI QUE PARA SER UM ATOR MIRIN E DIFICIL MAIS SER FORCE PARA EU FAZER QUALQUEL COISA EU FARIA PARA FA LAR EU TAMBEM SOU UMA PESSOA DESCRIMINADA PELOS MEUS AMIGOS ELES FALA QUE EU NUNCAVOU CONSIGIR SER ATOR PORQUE EU SOU NEGRO.EU MORO EM CABO FRIO NO BAIRRO JARDIM ESPERANÇA

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *