Fiz este conto há um tempo e o postei no meu saite de escritos: Hebdomadário
Só que achei que seria interessante metê-lo (ops!) aqui também.
Talvez sirva para nos fazer pensar.
Ou não.
Divirtam-se…
O MENINO DE RUA
Estavam voltando do restaurante, satisfeitos. Antes de chegarem ao carro avistaram a cena chocante, que deixou os dois aflitos. – “Olha Mário, coitado…” – disse a esposa. – “Oh…, você sabe que não consigo ver essas coisas Sandra!” – os olhos dele logo lacrimejaram. Ficaram por alguns instantes parados, observando aquele triste quadro urbano.
– O que vamos fazer? – ela perguntou.
– Eu não sei… me sinto tão impotente. E isso está se tornando cada vez mais normal!! – demonstrou raiva pelo que via, mas deu sinais de seguir adiante, começando a dar tímidos passos na direção do carro. Ela abaixou a cabeça e o acompanhou. Ele pôs a mão no bolso buscando a chave. Ela segura seu braço, o olha nos olhos e diz:
– Mas temos que fazer algo, alguém tem que fazer! Não podemos deixar que isso se torne uma coisa normal!
– Talvez você tenha razão… – cambaleou o marido.
– Sim! Uma cena como esta é hoje tão corriqueira, que muitas das vezes desviamos nosso caminho, mudamos de calçada e seguimos em frente, como se nada estivesse acontecendo!!
– Mas somos tão pequenos… – argumentou.
– Mas podemos fazer algo. Se cada um fizer um pouco, podemos melhorar a situação destas criaturas.
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– Ora Sandra, de que adiantaria? São tantos!
– Sim, são muitos, mas podemos fazer a diferença para alguns, se não nos deixarmos simplesmente seguir adiante virando o rosto ou fechando os olhos. E se cada um que tenha condições fizer o mesmo, se todos seguirem o mesmo caminho, em um esforço conjunto faremos a diferença!
– Talvez você tenha razão…
– Sim, Tenho! – anteviu nos olhos do marido a possibilidade de fazerem algo naquele momento.
– E então, o que podemos fazer, o que você sugere?
– Vamos adotá-lo! – falou a esposa, com um sorriso tímido nos lábios.
– Mas Sandra, já temos tantas coisas, tantos compromissos… e não é nossa obrigação, podemos ajudar de outras formas…
– Não é nossa obrigação, mas temos uma obrigação moral. Temos que fazer algo, Mário, veja a situação dele…
– Pode ser… – observou a cena com mais detalhes, o que o comoveu ainda mais.
– Vamos Mário… diz que sim, vai… – fez aquele rosto infalível de quando pede algo…
– Está certo! Vamos adotá-lo!!
Ela pulou de alegria, beijou-lhe o rosto e foi em direção ao garoto que dormia. Se abaixou e pegou o filhotinho de cachorro com todo o carinho.
– Ei, ele é meu! – disse o menino, acordando assustado, saindo de baixo dos jornais.
Ela o olha com incredulidade. – “Mas você está aí, todo sujo, com esses panos imundos, esses papelões velhos… como vai criá-lo?” – argumenta.
– Ele vive comigo, na rua… – responde o menino, incerto em suas palavras.
– Então! Nós poderemos dar a ele uma vida melhor – disse a esposa –, temos uma casa com quintal, piscina, outros animaizinhos para ele brincar, poderemos dar a melhor ração… o que você acha?
O garoto pensou por alguns instantes e perguntou: “Ele vai ser feliz?”
– Claro que vai! – responde ela.
– Então pode levar…
Ela foi em direção ao marido, feliz, beijando o cachorrinho, que abanava o rabo. O garoto voltou a dormir, enxugando a lágrima que escorria dos olhos.
Declev Reyneir Dib-Ferreira
Rio de janeiro, 03 de outubro de 2008.
Infelizmente a sociedade só pensa em suas necessidade, vista que o ser humano fica em 2º plano.
Talvez por um momento, este menino desejou ser um cachorro.
sem mais.
salomão junior. 03/10/2008.
Oi Salomão,
A idéia deste conto justamente é nos fazer pensar sobre isso.
Vejo muito mais vezes as pessoas se encaridecendo dos animais de rua do que das crianças.
Abraços.
Pingback: "Homem" versus "Natureza": que tipo de sociedade estamos construindo? | Diário do Professor
realmente o conto nos faz refletir ….mas acredito que cada um de nós tem certas sensibilidades muito específicas e que não podemos julgar aquela pessoa que ajuda um cão ao invés de adotar uma criança. Isso é muito relativo, afinal um “Cão” também é um “Ser” vivo e merece ser respeitado, cuidado e
amado.
Oi Priscilla,
Concordo plenamente com você. Inclusive tenho um cão, o Ploc, que é muito respeitado, cuidado e amado. E mais, fiz Biologia por gostar imensamente dos animais – e assim continuo.
Mas o conto eu fiz por perceber que estamos trocando de calçada, passando por cima ou amaldiçoando os próprios seres humanos, enquanto nos compadecemos cada vez mais dos animais.
Traçei umas linhas em forma de artigo sobre isso em
http://diariodoprofessor.com/2008/12/20/homem-versus-natureza-que-tipo-de-sociedade-estamos-construindo/
Dê uma olhada e vamos continuar “conversando”.
Abraços.
Comtar a tristesa e facil, dificil e ajudar.
Concordo.
Acredito que a idéia de pensarmos no ser humano em 2º plano foi abordada no texto de foma clara; o que não me agradou muito foi a forma de suspense para deixar claro que o casal não queria a criança e sim o animal.
Desculpe-me
Bem que já dizia Eduardo Duzek:
“TROQUE SEU CACHORRO POR UMA CRIANÇA POBRE…”
não concordo um cachorro não pode ser mais importante que uma criança isso é um absurdo,claro que ela ia preferir o cachorro ,ele não cobra nada,não tem que ir a escola,não tem que ensinar valores,é mais fácil cuidar de cachoro que de gente,com isso a humanidade irá se extinguir por se próprio,na velhice os cahorro e gato vão cuidar de nós pois se cada um envés de ter fihos ou adotá-los,cuidar de animal,não existiram mais humanidade pelo egoismo do próprio homem, se dermos amor em vezes só de bens materiais á uma criança tenho certeza que receberemos amor dela tamb´´em os homem não querem filho por egoísmo e põe aculpa na sociedade eno mundo moderno.