Meu currículo não tem curso de bajulação política

 

Tem quase um mês que escrevi o último arquivo. Tantas coisas aconteceram que eu não consegui escrever até digerir tudo. Ainda tem uns pedaços a serem mastigados, engolidos e digeridos, mas as coisas se assentam.

Este ano mudou o desgoverno em Niterói. Saiu um e entrou outro, considerando que “um” e “outro” não são coisas tão diferentes – são piores.

A Secretaria / Fundação Municipal de Educação mudou de “dono”. Aliás, retornou ao “dono” anterior.

Como eu já conhecia e já havia trabalhado com as pessoas (pessoas?) que estariam retornando, fiquei tranquilo. Afinal, além de conhecê-los, outros fatores ajudavam:

a) Trabalhava no Núcleo de Educação Ambiental (NEA) da Fundação Municipal de Educação de Niterói, mas não tenho – e não tinha… – cargo político ou comissionado.

Ou seja, eu trabalhava mais ganhando o mesmo. A única diferença é que não estava em sala, mas desenvolvendo um trabalho junto às escolas, aos professores e alunos;

e

b) Era eu quem de fato conhecia sobre educação ambiental e desenvolvia grande parte das ações do NEA, tendo formação na área (especialização, mestrado e fazendo doutorado), além de grande experiência.

Após os desejos de ano novo, fui à Secretaria, apesar de estar de férias, tentando saber de algo.

Nada oficial.

Nenhuma das novas “donas” do pedaço falou comigo – apesar de, repito, conhecerem-me.

Nenhuma explicação.


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Fiquei sabendo algo por uma amiga: “Declev volta pra escola”.

Só.

Fiquei sabendo depois, por fofocaqui fofocacolá, que o Núcleo de Educação Ambiental seria extinto, dirigindo-se rápido na contramão educambiental atual: enquanto todos os ógãos, instituições, secretarias, empresas etc. montam seus NEAs, a FME resolve acabar com o seu.

Mas soube depois (fofocaqui fofocacolá) que minha ex-coordenadora foi solicitar que o Núcleo não acabasse e que ela constinuasse.

Deu certo – pra ela.

Continuaram ela, a outra pessoa do Núcleo e… colocaram alguém no meu lugar. Não sei quem, mas a fofocaqui fofocacolá disse que foi indicado pelo deputado “dono” das “donas” atuais do pedaço.

Soube pelo mesmo sistema fofoquês de informação – através de uma outra amiga que também sondou uma das “donas”, que meu retorno pródigo à escola tinha três motivos:

1 – Eu não tinha o “perfil” para o trabalho.

 

Mentira; como eu disse, eu que tinha experiência sobre EA e eu que fiz grande parte do trabalho. Em relação a isso, veja o RELATÓRIO DO ANO DE 2008, relatório este feito basicamente por mim, no qual apresento tudo o que o Núcleo fez – como eu disse, grande parte através de minhas mãos;

2 – Eu não poderia 40 horas e eles estavam priorizando professores que poderiam trabalhar 40 horas.

Mentira; pois conheço muitos dos que ficaram e alguns dos que foram. Muitos deles são 16 horas, como eu, e sei que têm outros trabalhos;

3 – Diminuiram muito o número de professores fora de sala, segundo ela, de 70 para cerca de 12.

Mentira, mentira feia. Só eu conheço mais de 15!

O detalhe é que eu estava de férias e prestes a viajar (depois falo um pouco sobre isso) e poderia nem ficar sabendo de nada até voltar. Se eu não tivesse ido lá pra saber das fofocaqui fofocacolás, eu teria me ferrado. Fui à escolha de escolas numa 4a feira, e na 2a seguinte, já estava num avião.

Tive a sorte de conseguir uma vaga na minha escola de origem, a mesma em que tenho muitos amigos, inclusive na direção – que me receberam de braços abertos – além da minha esposa, que também é de lá.

Então, sinceramente, o problema não é voltar para escola, mas a forma como fui tratado. A forma desrespeitosa com que as novas “donas” da educação niteroiense me trataram e, provavelmente, também o fizeram com muitos outros.

Mudar a minha lotação sem me perguntar nada, sem me dizer nada, sem conversar comigo, saber o que acho, o que quero, o que poderia acarretar na minha vida?

Nunca, nestes dez anos de trabalho, fui tão mal tratado, nem vi tanto desprezo pelos funcionários como estou vendo acontecer.

Pode ser um péssimo indício…

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira

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Prticipe do Movimento:

SE EU FOSSE SECRETÁRIO(A) DE EDUCAÇÃO, O QUE EU FARIA?

7 comentários em “Meu currículo não tem curso de bajulação política”

  1. Só você mesmo para acreditar que seu currículo te levaria a algum lugar… foi mal, mas você não tem “QI”. De que adianta conhecer e desenvolver ações e ter formação na área?!? Para todos os “donos” o que interessa é continuar com a ignorância do povo, para voltarem em novas eleições?!? Meio ambiente para que?!? O que isso importa?!? Vamos é ganhar votos, e muitos votos, patrocionando a equipe olímpica do Flamengo. Mesmo sendo flamenguista e achando que eles merecem realmente, não acho justo, visto que esse dinheiro poderia e deveria ser investido na cidade que esta um caos, completamente acabada. Mas o que interessa isso?!? Nada! O que importa, foi o marketing feito, né?!? E a cidade, que se dane. Os idiotas tem que continuar pagando seus impostos mesmo….

    1. É a vontade insana que todos têm, quando entram em algum cagargo… ops!, cargo público comissionado achando que manda em alguma coisa, de destruir o que o outro fez.

      Não importa se é bom ou se não é.

      E isso, lá na Secretaria de Educação, não foi só comigo e o Núcleo de Educação Ambiental. Outras pessoas e trabalhos que estavam sendo feitos – como da Pedagogia Escolar – foram defenestrados.

      É bom para os alunos? Foda-se! Foi o outro que fez!

      Por isso que este país de merda nada vai ser mais do que um país de merda…

      Abraços.

  2. Pingback: Do outro lado; crônica de um rapaz todo esquerdo! | Diário do Professor

  3. José Mauro Farias

    Caro Declev,

    Vc sabe que eu fazia parte do Meio Ambiente da cidade e a situação foi muito parecida com vc, acho pior, que no meu caso nem foi avisado… E não foi pela administração JRS e sim dos trabalhadores no poder… Acho que Trabalhistas ou Trabalhadores da na mesma… O negócio e tocar o barco e foda-se eles e a cidade…. Veja a obra do Parque da Cidade, numa palestra do Liberato Pinto, ex.diretor de turismo, alegou que pegou o projeto com falhas. Ora, as falhas que ele fala foram a elaboração do projeto por mim… Eles e que não soberam tocar a proposta… Assim temos o Parque da Cidade, Darcy Ribeiro (onde o dinheiro do MMA foram devolvido) e a luta do antigo, Professor Secretário, que era melhor professor do que secretário, foi a de passar todas as unidades de conservação para serem acopladas ao Parque Estadual da Serra da Tiririca.. Bem nos falamos, tenha força e fé…

  4. Pingback: Desentortei e estou de volta à ativa: escolas, alunos, professores, diretores… tremei! | Diário do Professor

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