Entrevista no Site Gestão Educacional

Olá,

Copio abaixo matéria que saiu no Site Gestão Educacional, na qual eu participo.

A matéria pode ser encontrada neste link.

Não lembro a data certa, mas acho que é de 2008.

Espero que gostem.

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira

Educação ambiental é tudo de bom

Toda escola pode desenvolver seu projeto de educação ambiental. Mas a iniciativa deve envolver, de preferência, toda a comunidade escolar, e ser realizada de forma responsável, desde o seu planejamento. Não basta ter boas idéias, é preciso desenvolvê-las, planejá-las e discuti-las dentro do contexto do cotidiano em que a escola está inserida. Principalmente porque os projetos de educação ambiental, normalmente, ocorrem por tempo determinado. Por isso – e aproveitando a temática para uma analogia – as sementes têm de ser plantadas e cuidadas, para mais tarde darem frutos. Nesse caso, a semente é a da consciência ambiental e o campo a ser semeado é o intelecto dos alunos. Para o educador ambiental Declev Reynier Dib-Ferreira, a prática traz benefícios futuros, muito mais que imediatos, a toda a sociedade. A descoberta, por parte dos alunos, de poder contribuir com uma causa maior, em benefício coletivo, desperta um sentimento de solidariedade que os acompanhará durante toda a vida. Mas alguns pontos devem ser observados:

1. Para iniciar qualquer projeto de educação ambiental na escola, o gestor precisa, em primeiro lugar, envolver o corpo docente no desenvolvimento dessa idéia. A participação de todos os professores da instituição é o ideal. Porém, isso depende da disponibilidade de cada um;

2. Desenvolver um projeto de educação ambiental demanda tempo, estudo e dedicação. Se cada professor utilizar parte do seu tempo desenvolvendo o projeto, já é um grande passo;

3. Conhecer os problemas que são enfrentados ao redor da escola, as dificuldades dos alunos e da sua comunidade são pontos essenciais para traçar os objetivos do projeto. Então, é hora de criar atividades que façam os alunos pensarem sobre esses problemas, sobre a situação com a qual convivem diariamente. Juntos, alunos e professores irão desenvolver ações que proponham soluções – ou atenuações – das questões ambientais da região.

Doutorando em Meio Ambiente pela UERJ, Dib-Ferreira acumula muitos anos de experiência em projetos de educação ambiental em escolas do município de Niterói (RJ). Em uma delas – que ficava ao lado do aterro de lixo – o projeto realizado há cerca de quatro anos ainda é lembrado pelos alunos. “Desenvolvemos lá diversas atividades que fizeram as crianças terem maior auto-estima, conhecimento e respeito pelo local onde moram. Trabalhamos, entre outras coisas, com uma maquete do lugar, onde cada criança fez e colocou sua casa, fizemos o aterro, as ruas, os problemas, os valões, etc. Lembro-me de relatos de mães dizendo que a criança agora estava ‘uma chata’, porque brigava com elas dizendo que não podiam jogar lixo no chão”, recorda o professor. Sinal de que o aprendizado ambiental adquirido pelos alunos conseguiu ultrapassar os muros da escola.

Diante de tantas questões que a educação ambiental envolve, como saber qual é a melhor para se trabalhar na escola? Uma boa dica é abordar um tema que esteja presente na vida das crianças. Isso pode envolver o ambiente em que vive fora de casa – desmatamento, poluição do ar e dos rios – ou dentro – desperdício de água e de alimentos, geração de lixo, consumo exacerbado. Independente do assunto escolhido para o projeto, o mais importante é discutir as causas do problema, não só as conseqüências. Caso contrário, a abordagem pode se tornar superficial e não surtirá o efeito esperado. “Pode-se fazer campanha sobre o desperdício de água e energia, sim, mas sempre trabalhando de onde vem esta água, a importância das nascentes, das matas ciliares, as forma de geração de energia. As questões trabalhadas nunca devem ficar no âmbito das ações individuais, simplesmente de forma comportamental. Devem ser discutidas, analisadas, debatidas”, completa o professor.

Marketing Ambiental

Ao fazer a sua parte, o Colégio São Luís, em São Paulo, une o útil ao agradável. Além de educar os alunos sobre a importância da preservação do meio-ambiente, suas ações refletem no posicionamento como prestador de serviço consciente. É um exemplo de instituição de ensino beneficiada, mesmo que sem querer, pelo marketing ambiental, ferramenta estratégica capaz de projetar e sustentar a imagem de qualquer empresa, destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e consumidores. O professor Fábio Brandão, que leciona geografia e é assessor de ensino na disciplina de história, diz serem perceptíveis os efeitos positivos dos projetos verdes. São vários os pais de alunos que telefonam querendo saber mais. E a repercussão vai além dos muros da escola, com divulgação na imprensa local, por meio de jornais, sites e rádios.

Atualmente, há planos que estão em execução. Como forma de compensar o carbono emitido por alunos, professores e funcionários, até o fim de 2008 o São Luís terá plantado três mil árvores de espécie nativa na região de Cotia, Grande São Paulo. Pode-se acompanhar o crescimento das árvores pelo site www.saoluis.org. Trata-se de mais uma ação do projeto ComPensar, iniciado no segundo semestre, em parceria com a empresa Brasil Flora. Outra ação bem interessante é que todos da escola receberam uma caneca que simboliza as árvores plantadas. A idéia do presente foi proposta pelos alunos do ensino médio, objetivando reduzir o uso de copos descartáveis.

“Buscamos dar a melhor orientação para formarmos cidadãos conscientes e responsáveis pelo mundo em que vivem”, explica a diretora pedagógica Denise Krein. Geralmente, as escolas fazem parcerias diretamente com ONGs. O Instituto Triângulo, de São Paulo, é referência: idealizou o projeto “Ecologia Também se Aprende na Escola”, que oferece trabalho de mobilização ecológica de sala em sala, com intervenção teatral e outras investidas.

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

2 thoughts on “Entrevista no Site Gestão Educacional

  • 28/04/2011 em 10:35
    Permalink

    Educação ambiental é tudo de bom

    Toda escola pode desenvolver seu projeto de educação ambiental. Mas a iniciativa deve envolver, de preferência, toda a comunidade escolar, e ser realizada de forma responsável, desde o seu planejamento. Não basta ter boas idéias, é preciso desenvolvê-las, planejá-las e discuti-las dentro do contexto do cotidiano em que a escola está inserida. Principalmente porque os projetos de educação ambiental, normalmente, ocorrem por tempo determinado. Por isso – e aproveitando a temática para uma analogia – as sementes têm de ser plantadas e cuidadas, para mais tarde darem frutos. Nesse caso, a semente é a da consciência ambiental e o campo a ser semeado é o intelecto dos alunos. Para o educador ambiental Declev Reynier Dib-Ferreira, a prática traz benefícios futuros, muito mais que imediatos, a toda a sociedade. A descoberta, por parte dos alunos, de poder contribuir com uma causa maior, em benefício coletivo, desperta um sentimento de solidariedade que os acompanhará durante toda a vida. Mas alguns pontos devem ser observados:

    1. Para iniciar qualquer projeto de educação ambiental na escola, o gestor precisa, em primeiro lugar, envolver o corpo docente no desenvolvimento dessa idéia. A participação de todos os professores da instituição é o ideal. Porém, isso depende da disponibilidade de cada um;

    2. Desenvolver um projeto de educação ambiental demanda tempo, estudo e dedicação. Se cada professor utilizar parte do seu tempo desenvolvendo o projeto, já é um grande passo;

    3. Conhecer os problemas que são enfrentados ao redor da escola, as dificuldades dos alunos e da sua comunidade são pontos essenciais para traçar os objetivos do projeto. Então, é hora de criar atividades que façam os alunos pensarem sobre esses problemas, sobre a situação com a qual convivem diariamente. Juntos, alunos e professores irão desenvolver ações que proponham soluções – ou atenuações – das questões ambientais da região.

    Doutorando em Meio Ambiente pela UERJ, Dib-Ferreira acumula muitos anos de experiência em projetos de educação ambiental em escolas do município de Niterói (RJ). Em uma delas – que ficava ao lado do aterro de lixo – o projeto realizado há cerca de quatro anos ainda é lembrado pelos alunos. “Desenvolvemos lá diversas atividades que fizeram as crianças terem maior auto-estima, conhecimento e respeito pelo local onde moram. Trabalhamos, entre outras coisas, com uma maquete do lugar, onde cada criança fez e colocou sua casa, fizemos o aterro, as ruas, os problemas, os valões, etc. Lembro-me de relatos de mães dizendo que a criança agora estava ‘uma chata’, porque brigava com elas dizendo que não podiam jogar lixo no chão”, recorda o professor. Sinal de que o aprendizado ambiental adquirido pelos alunos conseguiu ultrapassar os muros da escola.

    Diante de tantas questões que a educação ambiental envolve, como saber qual é a melhor para se trabalhar na escola? Uma boa dica é abordar um tema que esteja presente na vida das crianças. Isso pode envolver o ambiente em que vive fora de casa – desmatamento, poluição do ar e dos rios – ou dentro – desperdício de água e de alimentos, geração de lixo, consumo exacerbado. Independente do assunto escolhido para o projeto, o mais importante é discutir as causas do problema, não só as conseqüências. Caso contrário, a abordagem pode se tornar superficial e não surtirá o efeito esperado. “Pode-se fazer campanha sobre o desperdício de água e energia, sim, mas sempre trabalhando de onde vem esta água, a importância das nascentes, das matas ciliares, as forma de geração de energia. As questões trabalhadas nunca devem ficar no âmbito das ações individuais, simplesmente de forma comportamental. Devem ser discutidas, analisadas, debatidas”, completa o professor.

    Marketing Ambiental

    Ao fazer a sua parte, o Colégio São Luís, em São Paulo, une o útil ao agradável. Além de educar os alunos sobre a importância da preservação do meio-ambiente, suas ações refletem no posicionamento como prestador de serviço consciente. É um exemplo de instituição de ensino beneficiada, mesmo que sem querer, pelo marketing ambiental, ferramenta estratégica capaz de projetar e sustentar a imagem de qualquer empresa, destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e consumidores. O professor Fábio Brandão, que leciona geografia e é assessor de ensino na disciplina de história, diz serem perceptíveis os efeitos positivos dos projetos verdes. São vários os pais de alunos que telefonam querendo saber mais. E a repercussão vai além dos muros da escola, com divulgação na imprensa local, por meio de jornais, sites e rádios.

    Atualmente, há planos que estão em execução. Como forma de compensar o carbono emitido por alunos, professores e funcionários, até o fim de 2008 o São Luís terá plantado três mil árvores de espécie nativa na região de Cotia, Grande São Paulo. Pode-se acompanhar o crescimento das árvores pelo site http://www.saoluis.org. Trata-se de mais uma ação do projeto ComPensar, iniciado no segundo semestre, em parceria com a empresa Brasil Flora. Outra ação bem interessante é que todos da escola receberam uma caneca que simboliza as árvores plantadas. A idéia do presente foi proposta pelos alunos do ensino médio, objetivando reduzir o uso de copos descartáveis.

    “Buscamos dar a melhor orientação para formarmos cidadãos conscientes e responsáveis pelo mundo em que vivem”, explica a diretora pedagógica Denise Krein. Geralmente, as escolas fazem parcerias diretamente com ONGs. O Instituto Triângulo, de São Paulo, é referência: idealizou o projeto “Ecologia Também se Aprende na Escola”, que oferece trabalho de mobilização ecológica de sala em sala, com intervenção teatral e outras investidas.

    Resposta
  • 28/04/2011 em 10:39
    Permalink

    eu tambem acho que se cada uma pesoa um professor tirar apenas 20 minutos para falar de educação ambiental ja seá um grande passo poara que o futuro seja mais respirado ar com segurança.o futuro da terra meio ambiente depende denós.vamos fazer um pouco de educação ambiental.começando em nossas casas depois nas comunidades dai em diante

    Resposta

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