Mais um desabafo de colega professora sobre as mentiras e descalabros de um órgão gestor da educação

Mais um desabafo de colega professora sobre as mentiras e descalabros de um órgão gestor da educação

Complementando o artigo anterior (Escola municipal do Rio de Janeiro implanta rodízio de turmas para driblar a falta de professores. Claro que deve ser culpa da escola!!!) copio abaixo o desabafo de uma colega professora sobre as afirmações levianas contidas nos jornais, recebido por Facebook.

Espero, realmente, que a secretária de educação, Cláudia Costin, (Que já me deu provas de que resolve problemas rapidamente e de forma justa) averigue a situação e se redima com a escola, pedindo desculpas publicamente, se for o caso, e punindo exemplarmente quem de direito e responsabilidade – a meu ver, pela minha experiência, alguém da CRE e não da escola.

Sem maiores comentários. Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira Cansado de tanta mentira

Desabafo de uma profissional da EM Lopes Trovão sobre a reportagem do Extra: “Ontem a escola em que trabalho foi manchete de primeira página do jornal Extra! Um pai insatisfeito com o rodízio que seria feito com a turma de seu filho, denunciou a escola.  O pai está errado? Não. Que pai ou mãe gostaria de chegar na escola do seu filho e saber que ele teria aula dia sim e dia não? Nenhum.

Mas o desdobramento de tudo isso, a busca por soluções e responsáveis é que se tornou injusta e vergonhosa. Na reportagem, a 7ª CRE  diz que nunca foi comunicada sobre a falta de professor, o que é não é verdade, pois semanalmente a CRE é informada através de memorandos. Nossa escola só funciona no 2ª turno [à tarde] porque os professores fazem dupla regência. Com a falta de professor para turma de EI, a direção optou em colocar o professor de sala de leitura assumir a turma, mas por ordem da CRE (embora ninguém assuma) foi dito que professor de sala de leitura não pode assumir turma; enfim qual a outra opção??? Quem dá aula na rede pública sabe que o rodízio há muito faz parte da nossa realidade! A professora de EI passou a atender 3 turmas!!! Sendo que à tarde intercaladamente! Qual a autonomia que o diretor tem pra resolver esse problema? Ele que contrata professor? Onde estão os professores aprovados nos concursos? Enfim, a CRE não assumiu sua participação no ocorrido e a minha diretora foi advertida por escrito depois de 36 anos de magistério e 2 menções honrosas por trabalho desenvolvido!! É demais, né??? REVOLTANTE!!! Não há o menor respeito pelo profissional da educação!! Nossa secretária colocou em jornal, na manchete, a advertência da diretora, isso sem ouvi-la uma só vez!!! Ela foi proibida de dar entrevistas, não pode se defender senão corre risco de ser exonerada! Triste, muito triste, ou melhor, VERGONHOSO!!! A falta de água crônica da escola também foi citada e nossa secretária disse que envia carro pipa!!! Quando isso ocorreu??? A CRE sabe do problema e nunca fez NADA!!! Me diga, qual o profissional que trabalha sem uma gota de água? Como ficam as crianças, merenda, banheiros sem água??? Será que isso ocorre na secretaria e todos continuam trabalhando??? Gostaria muito que os jornalistas voltassem a nossa escola, para nós professores podermos falar, e também ficaríamos muito felizes com a visita de nossa secretária de educação! Quem sabe assim ela veria a verdadeira realidade e saberia agir com verdadeira JUSTIÇA! São 27 anos de município e nunca me senti tão revoltada, decepcionada e injustiçada!”

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No Diário do Professor você encontra artigos e links sobre o dia-a-dia da Educação:

Planos de aula, Atividades, Práticas, Projetos, Livros, Cursos, Maquetes, Meio Ambiente… e muito mais!

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Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

8 thoughts on “Mais um desabafo de colega professora sobre as mentiras e descalabros de um órgão gestor da educação

  • Pingback: Escola municipal do Rio de Janeiro implanta rodízio de turmas para driblar a falta de professores. Claro que deve ser culpa da escola!!! | Diário do Professor

  • 22/03/2012 em 19:18
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    É, a reação da equipe e a divulgação dessa carta desabafo fez uma pessoa cair da cadeira na CRE.

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  • 24/03/2012 em 14:26
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    É confortante saber que há outras pessoas passando pelo mesmo problema que os meus e das minhas amigas na nossa escola: não por querer que esse problema se espalhe, mas por achar anteriormente que só acontecia lá! Já fomos inúmeras vezes obrigadas pela diretora a trabalhar sem água na escola, de 7 da manhã às 5 da tarde, com banheiros imundos; sem crianças, mas sem o mínimo de higiene. O discurso? Temos que cumprir o horário… Mas ainda bem que pelo menos esse problema já passou, mas o pior está acontecendo: a escola tem todos os professores que precisa, mas quando há curso da Sangari ou professor de BIM, toda a escola é obrigada a fazer rodízio onde todas as turmas participam! Eu pensei que, já que estamos todos em uma capacitação ou licença médica( geralmente de poucos dias), todas elas devidamente documentadas, a turma devesse ficar em casa ao invés de atrapalhar o desenvolvimento de outras turmas por quase uma semana, fazendo que professores e algumas vezes estagiários, atendam 3 ou 4 turmas por dia!!! O discurso? Não podemos proibir uma criança de estar na escola! O mais engraçado é que conheço várias outras professoras de outras escolas e todas ficam estarrecidas ao ouvir essa prática, que é quase que diária! Todas relatam que isso não acontece em outras escolas. Além disso, há escassez de material básico: folha para atividades diárias, lápis, borracha, lápis de cor e de cera, apontador entre outros, toner para xerox ( no ano passado não tiramos xerox por quase todo o ano e nesse ano é controladíssimo!) e o material de papelaria que a escola comprou, quando solicitado, tem que ter um motivo muito importante para ser usado!! Os professores não têm acesso a intranet da 8ª CRE e não fica sabendo de cursos ou reuniões e informações importante a todos. E além disso tudo, não temos muita ajuda com os alunos mais problemáticos: passam de professor em professor, ano após ano e só se preocupam quando nós retemos os que não têm condições de avançar lá no 3º ano, onde hoje tem 7 turmas, 3 turmas de crianças repetentes e todos os outros alunos que nos preocupam são alunos da escola desde o EI. O discurso? Reclame sempre com a mãe… Se você desce com a criança o discurso é só um: “De novo “Fulana”? Assim não dá pra trabalhar, temos muita coisa pra fazer aqui na direção e não podemos resolver o problema de todas as crianças da escola…” Essas crianças fazem literalmente o que querem e dizem isso na nossa cara e as mães por sua vez sempre apoiam os filhos e reclamam de nós professores para a direção, que sempre dá um jeito de chamar nossa atenção para tudo de errado que acontece na escola, como se fossemos nós os alunos. Como nosso voto agora é igual a de todos que votam na comunidade escolar, não tem mais o peso que tinha até a eleição anterior. Então ela se elegeu através do voto da comunidade e não da maioria dos funcionários. Há muito mais o que contar, mas já contei demais por ora. Desculpem meu grande desabafo, por favor, mas gostaria de saber se tudo isso que relatei é normal, corriqueiro e correto, pois escuto muitas professoras dizerem que não! Um abraço e obrigada…

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  • 24/03/2012 em 22:25
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    Minha escola escola encontra-se sem professor de 3 ano desde o inicio do ano. Revezamos eu (sala de leitura) e coordenadora. Nossa trabalho parado e alunos prejudicados. Rio uma cidade de leitores e a professora de sala de leitura em turma e ficando com turma em centro de estudos de P I e educacao infantil. Realmente um absurdo. Minha escola E.M.Bricio Filho da 3 CRE.

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  • 25/03/2012 em 10:50
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    Esta secretária não conhece a realidade das nssas escolas mas enche o jornal de hj com propagand dos EDIs como se funcionassem em algum país europeu. Minha escola, tb da 7 cre, serve para alunos de horário integral e da ed. infantil, como lanche, biscoito. Pode?!

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  • 25/03/2012 em 15:48
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    De fato, a imprensa divulgou o fato, mas não manteve atenta as repercussões junto a essa escola e outras. Foi o tipo de matéria pontual que publiciza o jornal naquele dia (e talvez na semana), mas não mostra a realidade de várias escolas da rede.
    Tomei a liberdade de repostar esse tópico no blog acampagreve.

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  • 05/09/2012 em 15:23
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    Essa é a REALIDADE das escolas públicas brasileiras e temos mesmo que botar a boca no trombone para denunciar!
    Parabéns, professora!!!

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