Devo confessar que não tenho bicicleta nem o hábito de utilizá-las. Mas nem por isso deixo de ser um entusiasta de seu uso nas cidades, como forma de transporte, não apenas de lazer. Acho que o sistema de transporte de uma urbe deveria levar em conta este meio barato, limpo, seguro, eficaz. Tem seus limites, é claro, mas pode muito bem ser utilizada em grande parte dos casos.
Bastaria uma série de ações para popularizar seu uso, como locais decentes e seguros para estacioná-las em pontos estratégicos como em pontos de integração com outros transportes, terminais de ônibus, barcas (no caso de Niterói e Rio, por exemplo), locais de trabalho, etc.
Algumas notícias nos dão a esperança de que a moda de utilizá-la como meio de transporte ainda pode pegar aqui no Brasil, pois a “magrela” – sem preconceitos – é quase que unicamente utilizada para lazer.
Veja isto:
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Niterói vai ganhar 21 bicicletários este mês
Dois meses depois de aprovado o projeto de lei 126/2005, que obriga shopping centers, hipermercados e universidades a destinar áreas para estacionamentos de bicicletas, de autoria do vereador André Diniz, hoje secretário municipal de Cultura, a secretária municipal de Serviços Públicos, Trânsito e Transporte, Dayse Monassa, anunciou que a cidade ganhará 21 bicicletários até o final de dezembro. No total, os novos equipamentos oferecerão 160 vagas para bicicletas.
A Prefeitura não terá despesas com os bicicletários, já que 20 equipamentos foram doados por uma construtora e um por comerciantes da Rua Gavião Peixoto. Embora ainda não estejam decididos os locais exatos onde serão instalados os equipamentos, a secretária afirma que dará preferência a áreas de maior movimento de comércio. Segundo ela, já está certo que a Praça Araribóia, em frente à Estação das Barcas e a esquina das ruas Gavião Peixoto e Pereira da Silva ganharão bicicletários. -
Fonte: http://www.folhanit.com.br/643/cidade.htm – Semana de 15 a 21 de dezembro de 2007
Ainda não os vi, mas ao menos já podemos cobrá-los com base em uma promessa. Quero só ver se os donos do município, ops!, se os empresários donos das empresas de ônibus vão deixar… afinal, poderemos, nós pobres trabalhadores, deixar de gastar com eles – ao menos nas pequenas distâncias.
Outras notícias bem interessantes, também envolvendo a cidade de Niterói além de outras, temos sobre o projeto “Rio – O Estado da Bicicleta“. Dá até animação e esperança né?
E na cidade do Rio, pelo que vi, já começaram a colocar alguns bicicletários. Veja:
Novo bicicletário é testado em Ipanema
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Nesta viagem que eu fiz agora pela Europa, aproveitei minha nova máquina, minha compulsão por fotos e minha observação, e tirei algumas fotos do uso das bicicletas por lá.
Em praticamente todas as cidades, com algumas exceções, o uso delas é grande e incentivado.
Em Ferrara, na Itália, por exemplo, muita gente trabalha em outras cidades e vai de trem. Na estação de trem é simplesmente lotado delas:
Ferrara, perto da estação de trem
Ferrara, em frente à estação de trem, de manhãzinha.
O mesmo vimos em Florença:
Estação de trem em Florença
Bicicletário em Florença
Ciclovia em Florença
E em Pisa, idem, apesar de não ser exatamente um local apropriado:
Estação de trem em Pisa
Bicicletário em Pisa
Em Londres vimos uma cena que ficamos abobalhados. As ruas de lá são bem estreitas, não sei nem como aqueles ônibus conseguem trafegar sem problemas. Os motoristas devem ser muito bons. Estávamos na parte superior daqueles de dois andares (parecendo turistas que nunca foram a Londres… rs) olhando pela janela da frente. Eis que na frente do ônibus há um ciclista calmamente bicicletando. Portava capacete, luz traseira etc. O ciclista parava no sinal! E o ônibus ia atrás dele sem acelerar!!, sem buzinar!!!, sem fazer aquele barulho infernal com os freios!!!! Uau…
Apesar de ter visto vários londrinos em sua bicicletas, não tenho fotos delas. Tenho uma em Salinsbury, com um bicicletário ao lado do tradicional telefone público vermelho…
Salisbury
Mas o que eu adorei mesmo, foi o sistema de bicicletas públicas. Vimos que existia em Barcelona, mas não sabíamos coom era o sistema, até que uma usuária chegou e perguntamos. Você tem que comprar um cartão anual, onde tem um número e que o identifica para o sistema com todos os seus dados. Você digita o número no poste de controle ao lado do bicicletário (veja as fotos) e ele te libera uma bicicleta. Ela fica sob sua responsabilidade. Quando você a colocar em qualquer outro ponto que tenha este sistema pela cidade, ele libera do seu nome, pois sabe que aquela bicicleta estava com você. Fantástico.
Sistema de bicicletas públicas em Barcelona
Manutenção das bicicletas públicas em Barcelona
Ciclovia em Barcelona
Bicicletário em Barcelona
Este sistema também tem similar em Paris:
Sistema de bicicletas públicas em Paris
É isso. Tá dado o recado. Não gasta energia (só a do condutor); não polui; quase não ocupa espaço; não faz barulho; pouco risco de acidente de trânsito; não engarrafa… São muitas as vantagens.
Dizem os mais céticos que no Brasil não dá pra ter este hábito porque é muito quente blá blá blá. Certo, é verdade, aqui é quente, e às vezes chove muito. Só que lá é frio, também chove e neva. Mas vi pessoas andando com capas de chuva. Vi outras entrando em ônibus com bicicletas dobráveis. Vi até com guarda-chuva aberto!
A bicicleta tem seus limites, sim. Não dá pra percorrer distâncias muito grandes para trabalhar, por exemplo. Mas pode-se integrá-la com outros transportes, como dito. Além disso, muita gente poderia substituir as pequenas distâncias que faz de ônibus por elas, se tivessem a garantia de segurança no trajeto e de segurança para guardá-la no seu destino.
Resta os cartéis dos transportes de passageiros deixarem e o poder público melhorar as condições de quem as utiliza.
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Na mesma linha:
a) Um histórico do uso de bicicletas na cidade do Rio de Janeiro
b) Blog da Transporte Ativo – ONG que se dedica a popularizar o uso das bicicletas
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Dindin:
Ficou com vontade de ter uma? Veja algumas marcas e os preços que o BuscaPé nos dá…
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ate que enfim vejo pessoas com uma tremenda visao do futuro , pois a bicicleta foi e sempre sera o melhor meio de transporte para pequenas distancia que ja se inventou no mundo todo . so o brasil com seus politicos dementes e a ma educacao de seu povo nao tem visao para isto infelizmente. fiquei muito alegre ao ver este documento, espero que mais pessoas gostem e se integrem para que mais ciclovias sejam projatadas principalmente na baixada fluminense que e muito atrazada neste item.
Obrigado Ademar. Mas é aquele negócio né… os empresários de ônibus não vão gostar nadinha. É por isso que nós, que só temos a ganhar, temos que lutar por mais ciclovias, locais para estacionamento, etc.
Pois É… se conseguirem ai em Niteroi, façam o favor de avisar as antas que habitam no poder paulista… Aqui, o máximo que se houve sobre bicicleta é um pedala robinho…
Abs.
Valeu a visita.
oi eu vou fazer uma monografia em educaçao ambiental,para pos-graduaçao,
precisamente em reciclagem de lixo de oficina de bicicleta,
entao o que preciso é de material para poder trabalhar.
obrigada se puder me ajudar.
um abraço
Olá professor:
Muito legal o seu blog.
Olha, sobre as bicicletas em Niterói, tenho a dizer que andar em Niterói de carro está perfeitamente impossível. Além de saudável, é melhor mesmo andar de bike ou a pé.
Parabéns pela postagem.
Oi Angeline,
Obrigado.
Tá começando a ficar impossível morar em Niterói…