Projeto a ser votado pelos ilustres representantes do povo “flexibiliza” a obrigatoriedade de mestrado e doutorado para lecionar em universidades

 

A ordem do dia é “flexibilizar”.

O Código Florestal é rígido e muitos agricultores estão na “ilegalidade”?

Vamos flexibiliza-lo, diminuindo suas restrições e, assim, “legalizar” o ilegal.

Agora a proposta é flexibilizar a obrigatoriedade dos professores terem mestrado e doutorado para atuar em universidades.

Com o intuito de flexibilizar a contratação temporária nas instituições de nível superior públicas e privadas, o PL dispensa, para esses casos, a exigência de pós-graduação e formação específica para o ensino em “área de conhecimento científico e tecnológico”.

O projeto

altera a Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional) para permitir a admissão de docentes, portadores de diploma de graduação, para atuação nas áreas de tecnologia e de infra-estrutura, desde que comprovem relevante experiência profissional na forma do regulamento previsto.

Veja aqui o projeto e o parecer da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

Veja aqui a tramitação do projeto.

Alguns podem argumentar que não precisa ser doutor pra ser bom professor e tem doutor que é mau professor. Justo.

Os argumentos oficiais são

 

“a preocupante falta de docentes pós-graduados, particularmente com mestrado e doutorado, nas áreas de tecnologias e engenharias (…) e a existência de profissionais de notório saber nessas áreas  que têm seu acesso à docência cerceado (…) [pela exigência de doutorado]”


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Mas, sinceramente, ninguém mais acredita em contos da Carochinha, né?

No País dos Absurdos, o motivo real logicamente é para diminuir ainda mais o nível salarial, aumentando o lucros das universidades particulares, pondo de lado a qualidade.

Se é verdade que o fato de ser doutor ou mestre não é fator de qualidade docente e que há muitos não mestres e não doutores que podem ser muito bons professores, é ainda mais verdade que nada, absolutamente nada garante que os futuros professores não mestres e não doutores serão aqueles bons professores ou serão melhores do que os mestres e doutores.

Veja a redação:

II – nas instituições públicas e privadas, admite-se o acesso a contrato de trabalho temporário, mediante processo seletivo, a portadores de diplomas de graduação e pós-graduação lato  sensu, bem como a profissionais de notório saber na área de atuação.

Veja que não há garantias de que serão escolhidos os que merecem.

Com esta brecha, as universidades privadas começarão a contratar professores apenas com graduação, podendo pagar cada vez menos, independente da qualidade de seus professores.

Ou alguém duvida disso?

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Pós-graduado, mas isso não quer dizer nada

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