Se o ano tiver mais que 200 dias, eles vão meter os outros dias onde? [ou em quem?]
De boas intenções, o inferno está cheio, já diz a sabedoria popular.
Segundo as notícias, a intenção do MEC é “aumentar o tempo de permanência do aluno na escola”, ou com o aumento do ano letivo, ou das horas diárias.
Se o objetivo fosse realmente sério, nem se cogitaria entre um e outro.
Não se teria dúvidas e iria-se direto ao ponto: aumento de horas diárias, até chegar-se mesmo ao ideal, que é o horário integral.
Qualquer professor sabe que o aumento do ano letivo é ineficaz e só irá penalizar ainda mais o professor.
Qualquer professor sabe que é inviável o aumento da quantidade de dias letivos, pois não tem onde “meter” mais dias.
Qualquer professor sabe que a solução, o ideal, é uma escola de jornada integral para o aluno.
Hoje em dia, as aulas começam dia 1º de fevereiro e vão até o dia 20 ou 23 de dezembro, mais ou menos, dependendo de quando cai o Natal.
Neste meio tempo, os professores param duas semanas em julho (10 dias letivos), descanso que só quem está dentro de uma sala de aula para saber o quanto é necessário.
Em algumas redes – como a rede do município do Rio de Janeiro –, os gestores decidiram “comer” uma semana desta merecida pausa, ficando os professores com apenas uma semana de descanso (ou 5 dias letivos).
Tirando essas duas ou uma semana em julho, desde 1º de fevereiro até 20-23 de dezembro, as aulas se estendem por todas as semanas, todos os meses, todos os dias para poder cumprir os fatídicos 200 dias letivos que o ano deve ter.
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Paramos para o carnaval e os feriados.
Eu já estava a pensar que o excelentíssimo ilustríssimo senhor ministro da educação já estava querendo tirar as duas semanas (ou uma semana, em algumas redes) de julho, o carnaval e os feriados da escola e dos professores, para poder acomodar mais uns 20 dias no ano letivo.
Ora, para “melhorar” a educação sempre se marreta na cabeça do professor, não seria a primeira vez!
Mas eis que… “Fernando Haddad afirma que calendário de feriados impede aumento de dias letivos de 200 para 220 nas escolas.”
Alguém no ministério descobriu o que todo professor já sabe… é impossível aumentar.
E não adianta vir com a balela de que em outros países o ano letivo é maior, porque o importante é que no Brasil a jornada diária das crianças é vergonhosamente menor!
Porém, agora o MEC trabalha com a ideia de ampliar o tempo em sala de quatro para cinco horas diárias.
Nossa, vai fazer uma tremenda diferença!
Ora, é mais um remendo!
A ROUPA ESTÁ VELHA, GASTA, ACABADA!
É preciso roupa nova, é preciso uma reforma GERAL na educação.
As crianças têm que ficar o dia inteiro na escola e o professor tem que ser contratado por 40 horas com um salário decente!
Não 40 horas de aulas, mas de envolvimento com uma única escola, com projetos, com aulas de reforço, com planejamentos, com pesquisas, com pequenos grupos de alunos, com conversas com seus pares…
Mas, se ele quiser, posso dar uma nova ideia ao excelentíssimo ilustríssimo senhor ministro da educação:
VAMOS COLOCAR O ANO LETIVO DA ESCOLA IGUAL AOS DIAS DE TRABALHO NO CONGRESSO OU NO SENADO!!!
Ô vida boa!
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
Professor
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No Diário do Professor você encontra artigos e links sobre o dia-a-dia da Educação:
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Mais 20 dias de “conselho de classe”, “atividades extra-classe”, ou outra “encheção-de-linguiça”… Se tudo o que falta à educação fosse 20 (ou sei lá quantos…) dias de “aula” (há!… me engana que eu gosto!…), seria tudo tão simples!…
Que “aula”?… Um professor com vários turnos tem lá tempo de preparar uma aula decente? Mesmo que ele deixe de lado coisas triviais e dispensáveis (como dormir, ver a família, etc) e prepare as aulas, vai encontrar alunos com a barriga roncando, mal dormidos, desinteressados, sem perspectivas e, de modo geral, refratários a ensinamentos cuja utilidade os alunos não conseguem enxergar.
Lembra muito o raciocínio de caserna: “cria mais um posto de sentinela”… isso em uma unidade onde o serviço já está a 1 x 1.
Além disso, estão ignorando o fator “matemática”: 200 x 0 = 220 x 0. Podem arrumar um ano letivo de 265 dias (com folga de 4 em 4 anos) que não vai resolver
É isso João, aumentar “dias” de aula é somar mais do mesmo.
O que precisa é uma reforma geral, uma mudança completa.
Abraços,
acho que seria ao contrário, deve-se colocar os dias trabalhados pelos políticos igual ao ano letivo
É muito triste ver que o que querer é apenas números. Sou professora de uma cidade do interior do MS, com vários alunos da zona rural, que saem de casa as 4 horas da manhã. Não tem como aumentar algo que não está trazendo motivação. Eles que apresentam sonhos, e isso é muito muito triste… a educação não representa um caminho para a melhoria d vida, haja visto q um jogador ganha milhões… um politico (como ocorre aqui) tem pouca instrução formal…. Mas o futuro vai mostrar de forma boa ou não o que deve ser feito para melhorar.