Economista responde a blog em programa de televisão e eu comento aqui no blog.
Em programa na televisão, um dos palcos que a grande e maravilhosa imprensa dá para o economista “especialista” em educação, este economista responde a uma pergunta de espectador (no final do programa):
“Um blog afirma que suas palavras são falácias e que você não tem embasamento para dizer o que diz. O que o senhor acha?”
O apresentador – um grande empresário que também utiliza dos maravilhosos meios de comunicação para enviar suas “mensagens” – fica perplexo: “como alguém pode dizer que você não tem embasamento?!”
E o showman “especialista” em educação diz que suas afirmações são baseadas em pesquisas, em dados que são disponibilizados para todos até mesmo pelo seu Twitter.
Bem, sim, acredito que suas afirmativas – sempre contra a escola pública e os professores – saiam de dados oficiais.
Mas, ora, os dados – especialmente os sociais – podem ser analisados de formas distintas para se chegar à resposta que se quer chegar. Isso sem manipular, mas manipulando.
Por exemplo, um exemplo popular: um copo pode estar meio cheio ou – o mesmo copo, com a mesma quantidade – pode estar meio vazio. Depende de quem analisa.
Um Ideb de 3.0 pode ser muito bom para uma escola – pela sua situação social, a dificuldade dos alunos, a falta de investimentos, etc. – mas pode ser muito pouco se comparado a outra escola, que tenha uma situação diferentemente melhor do que ela.
Nesta mesma perspectiva, poder-se-ia dizer que distribuir equipamento e material escolar aos alunos não melhora a educação.
Como? Que absurdo é esse?
Pensem comigo: se os alunos recebem material escolar – uniforme completo, mochila, caderno, caneta, etc. – e o Ideb não aumenta, pode-se concluir que “distribuir material escolar aos alunos não melhora a educação” e, portanto, não se deve gastar dinheiro com isso!
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Claro que a grande e magnânima imprensa brasileira (e os especialista em educação que têm seu espaço para fazer seu show) não chegariam a esta conclusão, visto que quanto mais se distribuir material escolar sem nenhum controle aos alunos, mais os grandes empresários e seus amigos – sejam eles da imprensa ou do próprio governo – ganham.
Mas esta não é a mesma lógica que ele se utiliza para dizer que “aumentar salário de professor não melhora a educação e, por isso, não se deve gastar dinheiro com isso”?
Ah, sim, salário não pode ser desviado…
Vejam outro exemplo de como manipular os dados para dizer o que você quer dizer aqui, neste artigo, quando falei da pesquisa com uma escola particular em contraturno.
Por isso digo e repito: este especialista se utiliza de dados – verdadeiros – para atacar a categoria que mais sofre com o descaso da educação e que mais quer que a educação dê certo: aqueles que estão na linha de frente, os professores.
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
Professor, verdadeiro especialista em educação
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No Diário do Professor você encontra artigos e links sobre o dia-a-dia da Educação:
Planos de aula, Atividades, Práticas, Projetos, Livros, Cursos, Maquetes, Meio Ambiente… e muito mais!
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Wow, Finalmente ele fez um post sobre esse “ataque”!
E pelo que eu vi, esse economista adora a palavra ”pesquisa empírica”, é o sobrenome dele praticamente! rs
O apresentador, economista especialista em educação está cuspindo no prato em que comeu. Ele certamente estudou muitos anos em escolas e universidades excelentes, com plenos recursos, recebendo ótimas aulas ministradas por professores com longa formação e salários pra lá de dignos. Todas estas benesses foram fundamentais para que ele crescesse e se desenvolvesse intelectualmente, algo fundamental para o sucesso de sua carreira como empresário. Pena que em anos de educação ele não aprendeu (ou faltou estas aulas) sobre “se colocar na pele do outro” ou mesmo a analisar as situações por mais de um ângulo apenas. Lamentável…
Oi Eduardo,
É uma grande falha de nossa educação: mesmo as melhores escolas, falham em ajudar a construir pessoas melhores.
Saem de lá os malufs, os collors, os sarneys, os ioshpes… só não saem os lulas porque esses não estudaram…
Sobre o post, Tô Contigo! Esse Iosh..ah deixa pra lá… não vale nem a pena comentar sobre as conclusões de pesquisa dele….
Você não deve lembrar de mim, fizemos (ou tentei fazer) um curso de montagens de coleções biológicas há muito tempo…. Acho que em 2001, pela UERJ… Nem formado eu era ainda, tava no finalzinho, mas como eu gostava da área ambiental me chamou a atenção uma fala sua, onde falava que sua praia era a ambiental, além do que, seu nome não se esquece facilmente… (risos)
Vejo que enveredou por esse caminho de modo mais sistemático, legal! Eu passei por outras experiências, mas ainda assim tangencio o tal “Meio Ambiente”.. Legal te ver por aqui..
Ô mundo pequeno, o outro Eduardo, meu xará, que comentou, acho que participamos de uma banca na UVA juntos uma vez.
Abços aos dois…
Oi Eduardo,
De nome, não lembro de você, mas sim, lembro do curso e foi muito bom.
Obrigado pelo comentário.
O outro Eduardo é o Eduardo da Recicloteca, muito meu amigo, não sei se você conhece, mas ele está na área dos resíduos sólidos há muito tempo e também é um militante do uso de bicicleta como meio de transporte.
Abraços,