Nada importa, só estar “em sala”…

Estou na escola, na sala dos professores, em um horário “vago”, ou seja, sem aula.

Acabei de dar dois tempos de aula e, após este em que gasto lendo e escrevendo, darei mais dois.

O horário ainda não está todo fechado e, por isso, temos um a cada dia. Cada dia, um flash!

Mas o interessante é que, mesmo com este calor, a escola está com diversas salas SEM VENTILADORES. Sim, isso mesmo, em letras maiúsculas.

Há diversas salas sem ventiladores na escola.

A razão, ou desculpa, dependendo do caso, é que estão mexendo na rede elétrica.

No início do ano, quando ainda em caos de obras, vi um eletricista falar à diretora que o quadro de luz da escola não daria conta da mesma. Disse ele que se tem usado este quadro, mas o mesmo não comporta todos os aparelhos da escola. Só há um quadro na escola toda, mas deveria ter um por andar (são três andares).

Pois bem, as aulas começaram, como eu já disse, o negócio é “dar aula”, “dar aula”, “dar aula”…

Não importam as condições da escola, nem os materiais que não temos, nem as coisas que não estão prontas. Não importa nada, certo?

E o calor? Não importa, os alunos estão “em sala”.

E o rendimento? Não importa, os alunos estão “em sala”.

E a qualidade? Não importa, os alunos estão “em sala”.

E o respeito? Não… deixa pra lá!

Só pra registrar, hoje tive que separar uma briga em sala. No meio daquele inferno, o inferno.

Declev Reynier Dib-Ferreira

4 comentários em “Nada importa, só estar “em sala”…”

  1. Sonia Maria da Cruz

    Caro prof. Declev, sempre me impressiono com seus artigos e também queria dar-lhe meus parabéns pela escrita e manifesto. Inclusive, posto em minha página do Facebook, artigos seus que me tocam. Obrigada, aqui de Sampa!

  2. ALEX HUCHE

    Salve meu querido.
    Existe um quadro de luz por andar, trancado, inclusive com cadeado, em caso de emergencia já viu..
    Uma coisa interessante uma mãe voluntária em defesa da Direção tomou dos alunos e rasgou um abaixo assinado, onde faziam reinvindicações para climatizarem as salas, fosse com ar condicionados ou com ventiladores. É assim que a educação cidadã e a consciencia crítica são ensinadas na nossa Fábrica de Loucos.
    Estamos Juntos

  3. Pois é,nem consigo imaginar como é dar aulas em salas sem ventilador aí nesse Estado!Aqui em SP são vidros quebrados e goteiras por onde entram vento frio e chuva.Agora,o texto dessa colega “sueca”é de estarrecer!Então o problema é mundial?!Socorro!

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