Dia do professor. E daí?

Minha cabeça – pra variar! – vem fervilhando de ideias, me enlouquecendo.

Às vezes é tanta coisa que não consigo fazer nada.

Às vezes faço tudo de uma vez, descarregando toneladas de resíduos mentais.

Tenho encontrado dificuldade, por conta disso, em escrever por aqui, embora tenha já uns 20 artigos iniciados, pedindo para serem terminados.

Costumo dizer que sou uma pessoa de muita iniciativa, mas pouca terminativa.

Dito isto, fi-lo porque me senti compelido a escrever, por conta do dia de hoje. Não poderia deixar de fazê-lo, apesar… apesar de achar uma tremenda bobeira esse lance de “Dia de…”!!!

Inventam Dia de Tudo e Dia de Nada. Deviam inventar o “dia do político safado”, aí os políticos, invertendo a ordem, neste dia iriam trabalhar!

Nota d’O Globo do dia 27 de agosto deste ano (p.10), nos avisa: “Vem aí o ‘Dia do Quadrilheiro’”.

Quem pensava, como eu, que eles iriam homenagear os colegas, criando o Dia de quem pratica Formação de Quadrilha, se enganou.

É o dia de quem dança Quadrilha, a dança tradicional folclórica franco-brasileira.

A nota do jornal diz que num único dia específico foram aprovados nada mais nada menos do que 45 projetos deste tipo. Quarenta e cinco.

Como trabalham nossos políticos…

Segura aí:

Dia Nacional do Macarrão;

Dia dos Trabalhadores em Massas Alimentícias;

Dia do Motorista de Ambulância;

Dia da Parteira Tradicional;

Dia do Calcário Agrícola (sim, isso mesmo: Dia do Cal-cá-ri-o A-grí-co-la!);

Dia do Tambor de Crioula;

Dia Nacional das Hemoglobinopatias (Hein?!?!).

A lista segue, mas ja deu pra ver onde quero chegar.

Dia do Professor. Báh!

Oras, só me serviria pra me fazer descansar dois dias: o justo feriado da 5a e o justo enforcamento da 6a.

Mas, veja só como é a vida…

Trabalho no Rio de Janeiro na 5a feira (hoje), e o excelentíssimo prefeito passou o feriado pra 6a.

Fui.

Trabalho em Niterói na 6a, e o excelentíssimo prefeito manteve o feriado na 5a.

Vou.

Me desculpem a linguagem chula, mas a sabedoria popular é tudibom: “O que é um peido pra quem tá cagado?!”

Declev Reynier Dib-Ferreira

Professor. Dispenso parabéns.

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

3 thoughts on “Dia do professor. E daí?

  • 16/10/2009 em 10:44
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    Caro Declev,
    Talvez possamos fazer dessa data, por mais comercial que seja, mais um momento de reflexão, denúncias e questionamentos, não acha?
    Continuo dando imenso valor a profissão de professor e, por isso, e não pela data de ontem, vc vai sempre receber os meus parabéns, viu?! Justamente por ser tão crítico e não mascarar a realidade!
    Grande beijo,
    Regina.

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  • 21/02/2010 em 22:05
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    Eu tenho abuso de político que vive criando dias de alguma coisa. Virou uma bagunça, tem político que TODOS os projetos são de criação de dia de alguma classe de trabalho. Fazem isto só para conquistar esta classe de trabalhadores e assim ganhar votos. O triste é que isto infelizmente continua funcionando.

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  • 18/10/2010 em 13:29
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    O dia do trabalhador (é) todos os dias, ate nos finais de semana e nós alunos devemos querer estar junto do professor sempre, exigindo mais dele, sugando, tirando, dele todo conhecimento que ele nos puder transmitir. Mas infelizmente as pessoas desejam mais dias de folga, longe das salas de aula, muitos pensam que estudar é perda de tempo e a sociedade tem contribuido com a disseminação de ídéias fúteis para este País, que cada dia cresce em numeros, mas quando se trata da capacidade destes números, estamos cada dia mais abaixo da média. Quanto as vaias, isto é um bom sinal, pois a crítica demostra que fomos realmente analisados e este sim é um público realmente importante.

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