Como nasce um lixão…

Como nasce um lixão, quer saber??

Como nasce um lixão…

Continuando minha apresentação e dos meus trabalhos, ao passar para o concurso para professor (do município de Niterói, RJ), fui parar numa escola ao lado do aterro de lixo da cidade.

Nesta mesma época, ao assumir a pecha de professor – afinal, era o que iria me salvar do infortúnio financeiro em que me encontrava – busquei um mestrado, mas não consegui passar.

Entrei finalmente numa especialização, em Gestão para a Educação Ambiental, na UERJ, e teria que realizar uma pesquisa-ação. Claro que aproveitei o fato da escola e do lixão e fiz disso meu estudo.

Pesquisei como o lixo foi parar naquele lugar tão bonito – pelo menos antes era. Fiz isso através de entrevistas, buscando a memória da população que morava lá ou que tenha tido alguma relação na época da instalação da lixeira. Entrevistei professores, diretores da escola, moradores, políticos, etc. Modéstia à parte – que eu não tenho mesmo! – ficou bom.

Você pode encontrar o texto completo aqui mesmo. Divirta-se. Não esqueça dos créditos, ao citar ou usar alguma parte.

Pode baixar no link abaixo e ler o resumo à frente.

Download: Dib-Ferreira-Declev-Historia-Ambiental-do-Morro-do-Ceu

Monografia História Ambiental do Morro do Céu

Declev Dib-Ferreira

RESUMO

A região do Morro do Céu, Caramujo, Niterói, era, até cerca de 20 anos
atrás, uma região de colinas e vales, dominados por sítios, de bom clima, poucos
habitantes, muitos recursos naturais, como matas, nascentes, animais silvestres. Após o
fechamento do lixão de Viçoso Jardim, em bairro adjacente, a prefeitura de Niterói passou
a levar o lixo para o aterro controlado de Gramacho, em Duque de Caxias. Como o custo
de tal operação era demasiado alto, a nova prefeitura da cidade se viu na incumbência de
providenciar um local para servir de vazadouro de lixo. Desta forma, em 1983, todo o lixo
da cidade de Niterói passou a ser jogado, sem nenhum tratamento, na região do Morro do
Céu. Houve vários protestos por parte da população local, que resistiu o quanto pôde, com
manifestações, fechamento de ruas, bloqueios a caminhões, idas à jornais, etc. Porém, sob
argumentos de que o lixo é nosso e, por isso, nós temos que cuidar dele, e que a cidade de
Niterói não dispunha de outro local para servir de vazadouro do lixo, este continuou até os
dias de hoje no local. Promessas de benfeitorias, como asfalto e linha de ônibus,
contribuíram para a aceitação inicial da operação por uma parte dos moradores. Após
quase 20 anos de atividade, a região está totalmente transformada, com suas águas
poluídas, vegetação sendo destruída, a população sofreu um grande aumento, e as
benfeitorias no local são deficitárias, com falta de saneamento básico, ônibus deficiente,
falta de calçamento. A lixeira atrai uma série de animais, como urubus, moscas, ratos, além
de ter porcos, bois, cavalos se alimentando do lixo. Sem contar o chorume, que não tem
tratamento e deságua em um rio que corta o município de São Gonçalo caindo na Baía de
Guanabara. A poeira trazida e levantada pelos caminhões, além do barulho e do cheiro
emanado pelo lixão, completam o quadro de degradação a que a região está sujeita. Este
trabalho visa a contribuição para o resgate da História Ambiental desta região, construída a
partir das lembranças e depoimentos dos moradores e das diversas pessoas e instituições
que participaram da instalação da lixeira, buscando uma discussão entre as diferentes
contribuições de cada ator social envolvido. Terminamos o estudo com propostas de ação a
serem implementadas na região, afim de atenuar o sofrimento da população e a destruição
do meio ambiente a que esse local vem sendo submetido há quase duas décadas.

4 comentários em “Como nasce um lixão…”

  1. Adriana Riscado

    Oi professor, sou aluna do mestrado da arquitetura na UFF e meu tema de dissertação é o Morro do Céu, fazendo uma análise da população local , o modo de habitar da população local, o envolvimento da população local com a catação do lixo, etc e também acompanhar a proposta de implantação do aterro sanitário ao lado do atual lixão. Vejo que você tem muitos estudos sobre o local, acho que serão de grande importância neste meu trabalho. Será que poderei contar com sua ajuda?
    Um abraço Adriana

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