Uso de Cantigas Populares na Alfabetização
Ritmo, melodia, repetição e linguagem simples. As cantigas populares favorecem o desenvolvimento da leitura e escrita de forma natural e prazerosa, conforme explica a autora e cantora do universo infantil, Fernanda de Oliveira.
Também conhecida como Fê Liz, ela é mãe e tem 37 obras publicadas em 25 anos de carreira com o público – e segue apostando na literatura para contribuir com o desenvolvimento dos pequenos.
Em homenagem a Ariano Suassuna, a autora lança “Só sei que foi assim, vol. 2” em que conta a origem das músicas mais conhecidas da infância brasileira, ao mesmo tempo que apresenta expressões populares que enriquecem o vocabulário das crianças de forma lúdica.
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Literatura de Cordel na Educação Infantil
Só sei que foi assim
Como surgiram as cantigas de roda? Não sei, só sei que foi assim.
Com ilustrações de J. Borges e Pablo Borges, novo livro de Fernanda de Oliveira celebra a diversidade cultural ao contar causos sobre as músicas mais populares da infância brasileira.
Contrarides, o homem mais mal-humorado da Ilha de Marajó, sonhou com uma profecia e foi resgatar a amada. Viu uma jovem indígena em apuros nas águas e a salvou, junto de seus animais de estimação: dois sapos-cururu, que passaram a viver à beira do rio. Já na Catalunha, Araquídia era conhecida pelas estranhas promessas.
Um dia, disse que a paróquia da cidade precisava estar pronta em um ano, mas, poucos minutos antes do prazo, percebeu um sino faltando no topo. Ela então propôs uma torre humana e a escalou para cumprir com o horário. Depois disso, foi apelidada de Dona Aranha. Como essas situações se tornaram cantigas de roda? Não sei… Só sei que foi assim.
Com uma homenagem a Ariano Suassuna e às mirabolantes histórias de Chicó, Fernanda de Oliveira torna a famosa frase de “Auto da Compadecida” em título de um projeto literário dividido em dois volumes.
Além de Sapo-Cururu e Dona Aranha, Só sei que foi assim, vol. 2 – a publicação mais recente da saga – narra as origens de Papagaio Louro, Alecrim Dourado, Terezinha de Jesus, Na Bahia Tem, Borboletinha, A Galinha do Vizinho e Carneirinho, Carneirão. Também há um conto surpresa sobre Ninoca, uma telefonista com talento nato para as anedotas e que criou tantas outras canções.
Dizem que o casal deu às filhas os mesmos nomes das galinhas, para lhes prestar uma homenagem, pois graças às penosas é que puderam conviver mais em seus quintais abertos, acabando por se apaixonar. Bom, os nomes das gêmeas serem Crizelda e Tibúrcia já acho meio difícil, mas que as duas compuseram juntas a música “A galinha do vizinho”, aí eu tenho garantia. E entre certezas que se avizinham dela, só sei que foi paralelamente assim. (Só sei que foi assim, p. 55)
As peripécias narradas em tom de fofoca celebram a diversidade brasileira ao ambientar enredos em todas as regiões, de Norte a Sul. Com 21 xilogravuras de J. Borges, um dos mais importantes artistas populares do país, e do filho Pablo Borges, a obra destaca a figura dos ciganos, a trajetória dos bandeirantes, a influência espanhola no país, as práticas alimentares e os diferentes dialetos.
Produzido a partir de uma extensa pesquisa sobre os hábitos de várias partes do Brasil, o livro dá continuidade ao primeiro volume e busca unir famílias ao dialogar com uma memória musical compartilhada por todos desde a infância.
Para isso, as páginas apresentam QR Codes que conduzem às cantigas. Com arranjos de Giordano Pagotti e voz da própria Fernanda de Oliveira, as canções também homenageiam a cultura ao atravessar gêneros como xote, frevo, forró, maxixe, catira, baião, samba e toada.
Os textos valorizam o repertório estético do leitor, da criança ao adulto, por trazer uma linguagem rica e até rebuscada.
“É um projeto que visita a história de cada brasileiro, quando envolvemos a produção da pamonha e do sabão, quando falamos da nossa caatinga, nossas lendas, nossa natureza, das grandes fazendas do interior, das ladeiras de Salvador, dos búfalos de Marajó, entre outros”, explica a autora.
Também conhecida como Fê Liz, ela faz jus ao apelido por sempre trazer um final feliz, típico do universo extraordinário e inocente da infância.
FICHA TÉCNICA
- Título: Só sei que foi assim, vol.2
- Autora: Fernanda de Oliveira
- Editora: Melhoramentos
- ISBN: ?978-6555397857
- Páginas: 72
- Preço: R$ 55,90
- Onde comprar: Amazon
Sobre a autora:
Conhecida como Fê Liz, Fernanda de Oliveira é escritora, compositora, cantora e produtora de peças de teatro com mais de 25 anos dedicados ao público infantojuvenil. Nascida em Brasília, atualmente mora em Copenhague, na Dinamarca, e realiza atividades culturais de aproximações entre o Brasil e diversos lugares do mundo.
É autora de 37 obras infantojuvenis e já foi reconhecida por importantes instituições e projetos, como a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), o Selo Cátedra Unesco de Leitura da PUC-RIO, o PNLD e o selo AEILIJ, da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil. Por meio dos livros “Só sei que foi assim, vol. 1” e Só sei que foi assim, vol. 2, promoveu uma exposição homônima no Consulado-Geral do Brasil em Barcelona, que também será feita na Embaixada do Brasil em Copenhague.
Redes sociais da autora:
- Instagram: @fernandinhaoliveira | @fe.feliz
- Site da autora: www.fernandadeoliveira.com