Como é bom conseguir dar aulas!

 

Com as coisas ainda turbulentas na escola, começo a descobrir que meu ano pode ser mais ameno do que pensava, como educador.

Devo confessar que não gosto dos “alunes-problema”. Não é uma questão de preconceito ou qualquer outro, mas sabe aqueles alunes que têm quase a sua idade e ainda estão no 6o ano? Por todos os motivos que vimos discutindo por aqui eles não conseguem aprender e acabam sendo os bagunceiros da escola, aqueles que “botam terror” nos outres, menores. Eu não consigo me adaptar a eles. Tem professer que prefere né? É uma questão de tato, de sentimento, sei lá…

Apesar disso tento manter uma relação de respeito na medida do possível e tento fazer acordos subliminares para que eles consigam aprender, fazer algo, participar das aulas e não atrapalhar os outres que querem!

Estou falando isso porque hoje dei aulas para uma turminha ótima! Estão dentro da idade-série e… tcham tcham tcham… na sua maioria eles sabem ler!!!

 Bom, tem professer também que gosta de alfabetizar né? Eu não sei. É muito complicado – e exponho aqui minhas dificuldades, não meus preconceitos e intolerâncias – dar aulas para uma turma extremamente heterogênea, como é de praxe: “dez dominam a leitura e a escrita, dez decodificam mas não entendem nada, dez não sabem nem ler”. E você dá aulas pra quem?

Caramba! Um bom professer deveria ganhar prêmios!

Voltando a hoje. Dou minhas aulas na sala de ciências (já falei sobre ela por aqui). Os alunes já sabem disso e quando bate o sinal saem de suas salas e vão pra lá (Pavlov!). É a 3a aula que dou para esta turma! Pois bem, eles entraram na sala, tomaram seus lugares, pegaram os livros que ficam na estante e continuaram a pesquisa que havíamos começado na aula passada! Uau!, pronto, estão aprendendo a aprender.

Claro que tem uns que são mais resistentes, que têm mais dificuldades, ou mesmo que são mais preguiçosos. Mas com jeitinho eles foram iniciando os trabalhos.

E não estou dizendo de uma turma de múmias, de pedras, de bonecos, não! Eles estavam falando (às vezes muito, necessitando de uma acalmada); estavam implicando uns com os outros como sempre; estavam alguns ouvindo música; outros mexendo nos celulares*; e muitas outras manias e tiques típicos dos alunos de hoje em dia. Mas estavam fazendo as coisas, estudando, procurando no dicionário, olhando os livros… enfim, foi uma aula agitada – por serem adolescentes em plena ebulição hormonal -, mas produtiva.

 

Assim dá até gosto planejar uma aula decente, procurar práticas diferentes, levar novidades…

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4 comentários em “Como é bom conseguir dar aulas!”

  1. nalva Alves

    olha na minha opinião não existe alunos problemas,e sim alunos com problemas.cabe ao professor investigar a vida desses alunos e procurar soluções junto com a escola e os pais!!!

  2. Pois é Nalva, concordo com você.

    Mas os professores também têm problemas e, entre eles, os ‘alunos com problemas’.

    Tenho ‘somente’ (entre aspas visto que normalmente os professores têm muito mais do que eu) 4 turmas e cada uma delas com uma média de 35 a 40 alunos.

    Dão de 140 a 160 alunos em uma única escola.

    Não vejo meus colegas professores mais do que 10 minutos durante o pseudo-recreio.

    Como investigar a vida destes alunos? Como procurar uma solução?

    Trabalhando mais do que me pagam pra fazê-lo?

    Pois quando é que eu poderia fazer isto, visto que o tempo que estou na escola estou dentro de sala? (como eu disse, com 35 ou 40 alunos).

    A escola não tem equipe para isso, o professor não tem ajuda para isso.

    Assistente social faz isso; mas a escola não tem.

    Psicólogo faz isso; mas a escola não tem.

    Orientadora educacional faz isso; mas a escola não tem.

    Os pais? Nalva, Nalva… estes alunos são ‘com problemas’, na maioria absoluta das vezes, justamente por causa dos pais!

    É um ciclo sem fim.

    A minha angústia é justamente querer fazer algo mas não ter condições. A não ser que, como eu disse, eu trabalhe a mais do que o justo: que vá a escola outros dias, por exemplo, para fazer o trabalho dos assistentes sociais, psicólogos, orientadores… que a escola não tem!

    E, sinceramente, nenhum profissional faz isso; não acho que o professor deva fazê-lo.

    Um advogado, um médico, um pedreiro, um engenheiro, um psicólogo, um gari fazem mais do que pagam a eles para fazer? Não.

    Se acham que os professores têm esta função – e eu acho sinceramente que têm co-participação -, paguem a ele para isso. Paguem a ele para dar aulas e para, fora da sala, ajudar a resolver os problemas dos ‘alunos com problemas’.

    Gostaria eu de ser contratado (com um salário justo) para ficar somente em uma escola, mas não somente enclausurado em uma sala de aula; mas para fazer outras coisas, como as que você disse.

    Abraços, e obrigado pela contribuição.

  3. Pingback: Como enfrentar o problema dos alunos-problema? | Diário do Professor

  4. Olá querido professor,
    fiquei deslumbrada com a sua sala de ciências e a sua forma de fazer o aluno a aprender a aprender. Eu também estou montando a minha sala de ciências, com essa mesma finalidade. Quanto aos alunos problemas, tente trabalhar mais com eles, pois os alunos que não são problemas não precisam tanto da nossa ajuda.

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