Projeto de Lei 267/11 – Punições a estudantes que desrespeitarem professores
Está em pauta na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (Projeto de Lei 267/11 ) que pune estudantes que atentem contra regras éticas e de comportamento e desrespeitem professores.
É de autoria da deputada Cida Borghetti (PP-PR).
Informações sobre o projeto e sua tramitação pode-se encontrar no site da Câmara dos Deputados.
O projeto é, na verdade, para acrescentar um artigo (art. 53-A) ao Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990).
O Estatuto passaria a constar com o seguinte artigo:
“Art. 53-A. Na condição de estudante, é dever da criança e do adolescente observar os códigos de ética e de conduta da instituição de ensino a que estiver vinculado, assim como respeitar a autoridade intelectual e moral de seus docentes.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput sujeitará a criança ou adolescente à suspensão por prazo determinado pela instituição de ensino e, na hipótese de reincidência grave, ao seu encaminhamento a autoridade judiciária competente.”
Pode-se ter acesso ao texto completo da Lei 267/11 aqui.
Algumas considerações podem ser feitas, independente de ser a favor ou contra.
Uma lei só é válida se for de fato cumprida – coisa que é raro no Brasil dos Absurdos.
Se o Estatuto da Criança e do Adolescente, vulgo ECA, fosse cumprido, por exemplo, não teríamos maiores problemas.
PRECISA DE UMA RENDA EXTRA??
Com o app abaixo, você ganha Cashback em cada compra sua e ganha 50 REAIS a cada indicação!
Primeiro, porque se as crianças tivessem acesso a todos os seus direitos, não teríamos tantos problemas a serem enfrentados na escola.
Segundo porque lá também há bastantes deveres – do Estado, da sociedade, da família e da própria criança – que não são cobrados.
Por fim, criança e adolescente não são impuníveis. Vejam esta parte do ECA:
Capítulo IV
Das Medidas Sócio-EducativasSeção I
Disposições GeraisArt. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semi-liberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. [copio abaixo]I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
Ou seja, já há punições.
Mas elas são levadas à cabo?
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
A favor de punições justas a TODOS, não só às crianças e adolescentes.
Poderíamos começar pelos políticos, juízes, desembargadores, policiais, empresários, corruptos, corruptores… sem esquecer das crianças e adolescentes, para que aprendam a não ser como estes.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
No Diário do Professor você encontra artigos e links sobre o dia-a-dia da Educação:
Planos de aula, Atividades, Práticas, Projetos, Livros, Cursos, Maquetes, Meio Ambiente… e muito mais!
Compartilhe!
Não precisaríamos de leis punitivas e reguladoras, se todos se respeitassem e entendessem que cumprir deveres é exercer seus direitos de cidadãos! Parabéns deputada por ter a coragem de modificar uma lei já defasada atualmente, principalmente quanto à violência nas escolas! Maria Aparecida – SP
C oncordo com a Maria Apareecida ,e acrescento que os pais e responsáveis pelos alunos,deveriam todos ter aulas de direitos e deveres do cidadão,porque os alunos se acham perdidos,devido ao abandono em que vivem!!!
Oi Vanda,
Veja este artigo:
http://diariodoprofessor.com/2008/06/17/a-importancia-da-educacao-familiar-como-atuar-na-raiz-do-problema-escolar/
Abraços,
Acho que não há necessidade nenhuma de mais essa lei. As que existem é que deveriam ser cumpridas, a começar por cima – políticos, juízes, etc. -, como bem disse o Declev no final do artigo, já que não adianta culpabilizar crianças e adolescentes que crescem em meio a tanta impunidade e dizer a elas: “façam o que eu digo e não o que eles (os poderosos) fazem”! O exemplo diz mais que mil palavras e, nesse caso, nossas palavras caem no vazio…