Se a escola não bater a meta a culpa deve ser minha…
Esta semana a escola do Rio estava “meio” agitada.
Na chamada, uma aluna não está e as amigas dizem que o “pai de consideração”, o padrinho, havia morrido.
Uma mãe bate à porta da sala pedindo licença para levar a aluna para casa, pois tinham “matado um” lá na comunidade e estava “brabo”.
O rapaz levou um tiro e estava lá ainda, estirado no meio da rua.
A mãe queria ir com a filha pra casa agora, pois achava que as coisas iam piorar e temia não conseguir passar depois.
Depois que saíram, as alunas comentaram: “viu, é ele, foi ele” [o padrinho da outra que faltou].
Na hora do recreio, fiquei sabendo que ele era pai de um ex-aluno da escola, o qual também já havia morrido em um acidente anteriormente.
Soube também que dois alunos, um menino e uma menina, haviam presenciado toda a cena, quando vinham para escola.
Chegaram à escola chorando, nervosos. Os pais foram buscar pra levar pra casa.
Depois, soube que uma menina de 6 anso morreu de “bala perdida”:
“Ela foi atingida no peito por um tiro de fuzil, disparado durante um confronto entre policiais civis e traficantes” [O Globo, 06/09/11, p.12]
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Esse é o dia a dia ofertado pelo Estado (pelo poder público) aos nossos alunos.
E é nesse dia a dia que damos aulas, que tentamos ensinar o modelo do átomo, as rochas metamórficas, as características do grupo dos mamíferos…
E qual a “solução” que os “especialistas” em educação verborragem?
- Avaliações baseadas em índices que não levam em consideração nada além das notas, esquecendo-se de que os alunos são seres sociais.
- Colocar a nota do Ideb na porta das escolas.
Dentre outras, que vemos todos os dias pipocando pelos jornais, que dão espaço só a quem acha que entende de educação, mas nunca pisou numa sala de aula.
Gostaria que os especialistas em educação fossem lá na escola (pode ser o ioschpe com a globo) dizer pra aluna que perdeu o pai, para os dois alunos que presenciaram o tiroteio, para a irmã da menina de 6 anos que morreu e para os outros alunos, que vivem este clima todos os dias que, independente disso, eles têm que tirar boas notas para o Ideb.
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
No Olho do Furacão, não em um escritório com ar condicionado
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No Diário do Professor você encontra artigos e links sobre o dia-a-dia da Educação:
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… Eu gostaria que os especialistas em educação fossem lá na escola (pode ser o ioschpe com a globo), para serem feitos de “mulas assistenciais” num desses confrontos, levando esses personagens feridos a um hospital! Como proceder e prosseguir quando isso acontece com um professor?
“…dão espaço só a quem acha que entende de educação, mas nunca pisou numa sala de aula.”
Permita-me completar, professor: e se pisou algum dia numa sala de aula, se esqueceu completamente só porque fez uma pós-graduação e mudou todo o discurso que um dia, talvez, tivera.
E mais, gostaria de ver a mágica do ensino-aprendizagem (que não podem se separar, segundo as teorias de blá-blá-blá que só fazem mudar os nomes das coisas) aí numa situação dessas.
Pois é,
Há ensino sem aprendizagem, sim!
Nós que o digamos.
Quando estudava o ensino fundamental ha mais ou menos uns trinta anos atras, eu ia uma escola que não tinha merenda escolar, que não tinha onibus para me levar, que não tinha um professor para cada disciplina e que a escola muitas vezes era improvisada, de chao batido, sem energia, sem computador, sem data show, sem cadernos que estampam a foto do meu idolo (eu era feliz e não sabia).
Hoje levanto cedo e vou a escola para mais um dia de trabalho sem saber se volto vivo, sem saber porque os aluno de Nono ano não sabem a tabuada (precisam de uma calculadora). E olha que me esforço, pratico toda sorte de estrategia: Planejamento, Elogios, Videos, Etc. ( Ha o maldito etc.) me calo de vez em quando, pois preciso voltar vivo para o meu lar. EU ERA FELIZ E NÃO SABIA – Sou obrigado a concordar que há ensino sem aprendizagem.
É Gerysmar…. se eles não querem, nós ensinamos e eles não aprendem.
Não tem jeito.
Abraços,