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Creio que devemos fazer trabalhos diferenciados conforme os alunos e/ou as turmas. Há alunos que absolutamente não se interessam pelo estudo, não se interessam pela aquisição do conhecimento. Porém, ao fazer uma outra coisa, ele se interessa, se destaca, gosta, participa e ainda incentiva os outros.
Deixar este aluno preso à sala de aula, muitas vezes atrapalhando os outros e simplesmente deixando o tempo passar, pode ser inócuo.
Utilizar o seu interesse como forma de aprendizagem pode fazê-lo tomar atitudes absolutamente diferentes das que vem tendo, tornando-se uma pessoa melhor e com mais conhecimento. Mesmo que esta aprendizagem não seja, necessariamente, do “conteúdo” direto da disciplina.
As atividades às quais me refiro podem ser algum tipo de esporte; algum tipo de arte (pintura, grupo de teatro, artesanatos diversso); alguma liderança política, como no grêmio; culinária; ajuda na inspeção e disciplina da escola; rodas de leitura; entre outras. Estas atividades podem ser rotativas, para que todos possam usufruir. E também podem estar conectadas à sala de aula e às atitudes dos alunos para com os colegas, os professores(as) e os estudos em geral.
Pode-se ter um planejamento de forma a implantar o sistema aos poucos, cumprindo-se etapas. Por exemplo, em primeiro lugar, escolher um espaço para experimentação, como “sala de ciências”. Depois, ir implantando-a aos poucos, caracterizando-a e somando os elementos que a comporão. Ao mesmo tempo – e sempre – ajudar os professores(as) a explorar o espaço pedagogicamente. Para isso, deve-se procurar todos os recursos pedagógicos que os professores(as) podem explorar, incorporando-os ao seu planejamento e ao currículo.
Para os professores(as), a utilização da sala deve ser precedida de um planejamento da atividade. Para a escola, a utilização da sala deve ser minuciosamente planejada, junto com os professores(as), contendo neste planejamento o dia e os tempos escolares que cada professor(a) irá utilizar a sala.
Este exemplo dado com a sala de ciências pode ser expandido aos poucos para outros espaços. Este movimento ocorre até que toda a escola se fundamente em trabalhos com espaços diferenciados.
Salas de artes; espaços para experimentações teatrais; corredores “literários”; equipes esportivas; refeitórios com utilização pedagógica; pátios com mesas e cadeiras destinadas a grupos de interesses (poesias, jogos, etc.); sala para o desenvolvimento dos trabalhos em grupo sugeridos pelos professores; rodas de leitura e escrita de poesias, contos ou outros; salas de leitura; opções de atividades diversas no recreio e no contra-turno; encontro com os responsáveis para a realização destas e outras atividades; convite aos responsáveis para participação em determinadas aulas; palestras sobre os mais diversos temas; etc.
São atividades e espaços que podem ser pensados e implantados aos poucos, tornando a escola um local dinâmico, interessante, instigante; ou seja, um espaço realmente educativo, mas fugindo-se das prisões das salas de aula.
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