Como comparar “performances” escolares, sabendo que a localização da escola influencia nos resultados?

Essa é minha pergunta: Como comparar “performances” escolares, sabendo que a localização da escola influencia nos resultados?

Venho afirmando em diversas ocasiões, que os índices de avaliações escolares são injustos, porque somente levam em conta um resultado numérico baseado em uma prova fria, impessoal.

A educação é feita no dia-a-dia, no olho-a-olho, téte-a-téte.

É feita da interação professor-aluno.

É feita de diversas facetas, em que todas elas influenciam nos resultados: localização da escola, estrutura física e pessoal da escola, quantidade de alunos por turma, situação social dos alunos, salário e qualidade dos professores, dentre outras.

Como comparar “performances” escolares?

Pesquisa chega à conclusão de algo que venho apontando há  muito tempo:

“Alunos com o mesmo perfil sociocultural têm desempenhos diferentes de acordo com o índice de vulnerabilidade social do local onde fica a escola em que estudam.”

Novidade?

Vejam então, especialmente, este artigo que escrevi aqui no Diário:

• Os índices governamentais e a verdadeira qualidade da educação.

Nele eu afirmo, dentre muitas outras coisas, que “Os índices oficiais não querem saber se a escola é situada em área de violência ou de pobreza (isso afeta muito mais do que vocês possam imaginar o rendimento dos alunos)”.

Nada de novo, certo?

Mas ninguém quer se lembrar disso ao fazer planos mirabolantes e meritocráticos, dando “recompensas” ao professor pelos resultados nas provas, como se estes fossem única e exclusivamente dependentes de seu trabalho.

Gostaria de ver é jogadores de futebol ganhando a mesma merreca que ganha o professor, dependendo de “prêmios” para aumentar o salário.

Mas o prêmio só viria se ganhassem o jogo ou a competição.

Se errassem 4 pênaltis seguidos, ficariam só com uns 900,00 reais de salário, eles e o técnico.

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
Péssimo jogador de futebol, professor em áreas extremamente vulneráveis

Artigo escrito originalmente em 20 de julho de 2011