É, realmente, “muito dinheiro para a educação”, senhor Burro? Vejamos o caso da sangari, no município do Rio de Janeiro

 

Volto a falar do senhor Burro, que asneiras disse, para tentar rebatê-las.

Comentei a falácia do vereador neste artigo e iniciei a análise sobre se realmente é muito dinheiro para a educação neste artigo.

Agora, vejamos novamente o projeto da sangari, uma empresa particular, no município do Rio de Janeiro.

Aulas de ciências é investimento em educação?

Claro que é.

Mas isso justifica o município gastar DEZENAS DE MILHÕES sem licitação? [Sobre a qualificação deste gasto, falarei depois]

Já escrevi sobre isso em duas ocasiões:

Mas o caso é tão escabroso que vale a pena continuar.

São, na primeira etapa, quase 68 MILHÕES sem licitação:

DIARIO OFICIAL DA PREFEITURA RIO.
Republicação em 09/09/09.
1.Partes: PCRJ/SME e SANGARI DO BRASIL LTDA
2. Fundamento: Inexigibilidade de Licitação Artigo 25,
3. Razão: Implementação do Programa CTC-Ciência E Tecnologia com Criatividade para os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação
4.VALOR: R$ 67.478.464,47
5. Autorização: Paulo Roberto Santos Figueiredo .
6. Ratificação: Cláudia Costin

E ainda recebi estas informações abaixo por email, por uma pessoa de minha confiança, mas que não consegui achar a fonte na internet.

Quem tiver acesso ao DO do município do Rio de Janeiro, favor me enviar o link, para corroborar a informação [A própria pessoa me enviou u link]:


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DESPACHO DA SECRETÁRIA E DO SUBSECRETÁRIO DE GESTÃO
EXPEDIENTE DE 16-08-2011
DIÁRIO OFICIAL de 17 de agosto de 2011
Processo n° 07/202899/2009
1. Objeto: Livros e folhetos.
2. Partes: PCRJ/SME e Sangari do Brasil LTDA..
3. Fundamento: Inexigibilidade – Art. 25 Caput da Lei n° 8666 de 21 de junho de 1993 e suas alterações.
4. Razão: Implementação do Programa CTC – Ciência e Tecnologia com Criatividade para os alunos do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação.
5. Valor: R$ 27.328.298,87 (vinte e sete milhões, trezentos e vinte e oito mil duzentos e noventa e oito reais e oitenta e sete centavos)
6. Autorização: Paulo Roberto Santos Figueiredo.
7. Ratificação: Claudia Costin.

 

Agora, para ser sucinto, leiam a notícia abaixo, retirada do site dO Globo do dia 14/12/2009 (FONTE).

Coloquei a notícia toda, inclusive com os links originais, pois ela é bem interessante:

BRASÍLIA – O governo do Distrito Federal contratou por quase R$ 300 milhões, sem licitação, uma empresa suspeita de participar do esquema de arrecadação paralela do qual o governador José Roberto Arruda (ex-DEM) é acusado de fazer parte. Reportagem de Leila Suwwanpublicada na edição desta segunda-feira do Globo mostra que com recursos federais do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), a secretaria de Educação do DF terceirizou, na prática, o ensino científico das escolas públicas para a Sangari do Brasil (vinculada ao Instituto Sangari), citada no inquérito da Operação Caixa de Pandora como financiadora do suposto caixa dois de Arruda.

Segundo o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa , principal testemunha da investigação, a empresa se aproximou de Arruda por meio de Renato Malcotti, lobista e amigo do governador. Em depoimento, Durval disse ter sido apresentado ao empresário Ben Sangari em 2006, quando ouviu a promessa de um “retorno compensador” para a campanha de Arruda se sua empresa fosse contratada pelo GDF após a posse. Posteriormente, em um dosvídeos gravados por Durval quando já integrava o governo Arruda, Malcotti afirma que atua no governo para “ajudar” a Sangari.

Após a posse de Arruda, a secretaria de Educação começou a preparar a contratação do Instituto Sangari, com licitação. O procedimento foi questionado pela Procuradoria Geral do Distrito Federal, devido a sua obscuridade e a indícios de direcionamento.

Após diversas manobras para tentar driblar órgãos de controle, a Secretaria de Educação, sob comando de José Luiz Valente, do PSDB, decidiu contratar a Sangari sem licitação. Foi publicado no Diário Oficial contrato no valor de R$ 38 milhões. No sistema de acompanhamento financeiro do GDF está registrada a prestação de serviços por R$ 70 milhões.

Não farei comentários sobre essa coincidência, pois, para mim, até agora, é apenas uma coincidência…

Tirem vocês mesmos suas próprias conclusões.

Eu farei, em breve, uma análise do projeto de 100 milhões em si: dos materiais, livros, treinamento dos professores e a parte pedagógica de engessamento do currículo.

Mas, por enquanto, só tenho uma pergunta:

Cadê o Ministério Público???

Abraços,

Declev Reynier Dib-Ferreira
De Olho

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