Qual a real diferença do lixo hospitalar para o lixo comum?

Nenhuma!

Esta é a diferença.

Simples assim.

Ter aprendido, entendido e percebido isto, o que devo ao meu ex-orientador Emílio Eigenheer, foi uma grande evolução no meu pensamento.

Considerando então que o lixo hospitalar não tem diferença para o lixo comum, você me pergunta, ele não necessita de todos estes cuidados e investimentos que fazem? E eu respondo: não! Não precisa.

Mas o que fazer então? Eu digo que deve ser coletado e aterrado como quaisquer outros lixos.

Simples assim. E tenho vários e vários argumentos, corroborados por extensas pesquisas científicas.

Pra começar, quem se atrever a mudar os paradigmas e enxergar o que está além do olhar, procure o livro “Lixo hospitalar: ficção legal ou realidade sanitária?”, organizado pelo próprio Emílio.

lixo-hospitaar

Depois, podemos raciocinar através de algumas constatações. Pense comigo: o que faz o lixo hospitalar (a partir de agora chamado RSS – Resíduos de Serviços de Saúde), ser tão asqueroso aos nossos olhos? O que tem nos RSS que nos faz achar que temos que gastar milhões de nosso rico dinheirinho com coletas especiais, embalagens especiais, roupas especiais, transportes especiais e tratamentos finais especiais?  

Vocês dirão “oras Declev, nos RSS tem sangue, seringas, gazes sujas, restos de remédios, frascos de soro, bactérias…”

E eu direi, “oras Todes, todos os lixos os têm!” Querem ver? Raciocinem comigo:

1) Onde ficam os doentes, portadores de bactérias ou vírus, mas que não estão debilitados ou terminais pela doença? Os portadores do HIV, os portadores de hepatite, os gripados, dengosos, os que têm herpes, giardíases, amebíases, leshmanioses, etc. Digo-vos: em casa! E para onde vão os seus resíduos? Para o lixo comum;

2) Toda mulher de uma certa idade até uma certa idade desfaz-se de algumas centenas de mililitros de sangue todo mês. Para onde vão os absorventes das milhares de mulheres de nossa sociedade, sejam elas portadoras de doenças ou não? Para o lixo comum;

3) Todo bebê faz cocô e xixi e a maioria deles utiliza fraldas descartáveis, as quais ficam repletas destes dejetos, sejam os seus produtores portadores de doenças ou não. Para onde vão estas toneladas de cácas? Para o lixo comum;

4) Sempre que nos cortamos ou nos ferimos com pouca gravidade (graças a Deus!), vamos ao hospital? Não, fazemos a assepsia em casa, seja quantos dias forem. Para onde vão as nossas gazes, algodões, bandêides sujos com nossos sangues, pús e outras secreções nojentas? Para o lixo comum;

5) Todos nós compramos remédios, sejam eles para auto medicação, seja quando vamos a um médico (e que depois vamos pra casa, não ficamos produzindo lixo no hospital ou na clínica). Nem sempre os utilizamos todo o conteúdo da caixinha, o que faz, logicamente, sobrar. Estas sobras ficam lá no nosso armário, prateleira, caixinha de primeiros socorros ou seja lá onde for até um certo tempo. Depois expira seu prazo de validade. O que fazemos com eles? Jogamos no lixo comum;

6) O Brasil tem 8 milhões de diabéticos. Para quem não sabe, é aquela doença pela qual as pessoas têm que injetar insulina todo dia em si mesmos. E, claro, como é todo dia, fazem isto em casa. Para onde vão estas milhões de agulhas diárias? Para o lixo comum;

7) Aí você me diz que “o problema Declev, é a quantidade, a concentração! Um hospital ou uma clínica produz muito RSS concentrado”. Bom, vejamos. Os RSS representam menos de 1% de todo lixo produzido por uma cidade. Se é verdade que ele se encontra concentrado quando é produzido, basta que o coletemos junto com os outros, naqueles caminhões compactadores que, pimba!, acabou-se a concentração! E se o levarmos junto com os outros 99% de lixo para um aterro, acabou-se de vez a concentração;

8)”Mas Declev, os RSS são cheios de bactérias patogênicas!” Oras, oras… TODOS os lixos têm bactérias – e AS MESMAS!!

9) Mas e os restos humanos? Claro, aí é outra coisa. Restos humanos, como pontas de dedos, pernas, etc., devem ser cremados ou enterrados. Por uma questão ética, não propriamente higiênica.

Então, cares amigues, pra quê gastamos tanto com os RSS? Pense. A quem interessa ter todos estes esquemas próprios? Quem ganha dinheiro com isso? Quem vende as caixinhas, as roupas, os coletores, os incineradores? E quem paga?

Pense: por algo que nãoo há necessidade.

Tanta gente precisando de ajuda, e nós gastando com lixo sem necessidade!

Declev Dib-Ferreira

Declev Reynier Dib-Ferreira sou eu, professor, biólogo, educador ambiental, especialista em EA pela UERJ, mestre em Ciência Ambiental pela UFF, doutorando em Meio Ambiente pela UERJ. Atuo como professor na rede municipal de educação do Rio de Janeiro e também na Fundação Municipal de Educação de Niterói (FME), no Núcleo de Educação Ambiental (NEA). Sou coordenador de educação da OSCIP Instituto Baía de Guanabara (IBG) e membro/facilitador da Rede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro (REARJ)... ufa! Fiz este blog para divulgar minhas idéias, e achei que seria um bom espaço para aqueles que quisessem fazer o mesmo, dentro das temáticas educação, educação ambiental e meio ambiente. Fiz outro blog, com textos literários (http://hebdomadario.com), no qual abro o mesmo espaço. Divirtam-se.

60 thoughts on “Qual a real diferença do lixo hospitalar para o lixo comum?

  • 26/12/2007 em 22:49
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    Sabe o que este artigo me trouxe à lembrança?… Recentemente eu passei por um exame de Radiodiagnóstico Nuclear (uma cintilografia). A Clínica fica em um prédio na Rua México, Centro do Rio de Janeiro.

    Seguindo as normas da CNEN, há banheiros específicos para os pacientes que injetaram os contrastes com isótopos radiativos, todos com a recomendação “acione a descarga duas vezes”. E eu fiquei pensando: será que a urina “radiativa” continua separada esgoto abaixo?…

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  • 02/01/2008 em 03:25
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    Interessante acrescentar que os cadáveres dos doentes vão todos para um mesmo lugar: o cemitério, com seus lençois freáticos e dentro da cidade.

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  • 02/01/2008 em 12:28
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    Não encontrei nenhum argumento aonde por meio de fatos você comprove que RSS seja inofensivo ao meio ambiente ou que não seja mais poluente que o lixo comum.
    O descarte de lixo hospitalar caseiro junto com o lixo comum é um erro.
    A incompetência do estado em separar e descartar todo o lixo de maneira adequada não deveria ser usada como justificativa para piorar a situação caótica do RSS.

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  • 02/01/2008 em 23:40
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    Me pssa seu endereço que tenho muito lixo hospitalar para te enviar

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  • 30/01/2008 em 16:03
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    Vitor, tudo bom? Desculpe a demora na resposta, pois estou viajando. Sugiro que você leia o livro que cito no post. Tem muitos argumentos. Poderia repeti-los aqui, mas ñ faz sentido. Se ñ achar, me diga que indico outros artigos científicos e acadêmicos que os têm. A discussão é boa, podemos continuá-la. Abraços.

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  • 23/04/2008 em 17:43
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    Olá, Declev

    Então a sua sugestão é… que deixemos virar uma bagunça generalizada? Lixo doméstico e hospitalar,tudo junto!..já posso imaginar..
    Bom..tenho uma sugestão para seu próximo livro..
    GARRAFAS PET, SACOLINHAS DE SUPERMERCADO,como gerar mais lixo em menos tempo, ou, Saneamento Básico..para que?

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  • 27/04/2008 em 12:44
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    com o objectivo de efectuar investigação sobre “deposição do material usado pelo diabetico na comunidades, supostamente infectado e colocado nos residuos solidos urbanos” solicito-lhe que me forneça instrumentos por si utilizadas para avaliação desta problematica.
    os melhores cumprimentos
    Isabel Correia

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  • 27/04/2008 em 22:49
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    Oi Isabel,

    Para as análises que faço eu utilizo a literatura disponível.

    Você pode dar mais dados sobre o que você quer pesquisar para que eu possa tentar te ajudar?

    Você quer saber o quê exatamente? Se este material depositado pelo diabético no lixo domiciliar é infectado?

    Quer saber de que jeito ele é lançado no lixo (de qualquer forma, embrulhado em jornal, com a capa plástica na agulha…)?

    Lembre-se o seguinte: em todo lixo – aliás, em todo lugar – há bactérias! Portanto, tudo é “infectado”.

    O problema é a disposição final destes resíduos.

    Mas vamos nos falando…

    Abraços,

    Declev

    ps.: você é de onde?

    Resposta
  • 05/08/2008 em 13:27
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    Você tem uma lista detalhada do que é desprezado no lixo hospitalar infectado…
    grato.

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  • 07/08/2008 em 21:59
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    Oi Rodrigo,

    Eu não tenho uma lista de cabeça, mas você consegue estas informações, por exemplo, no livro que eu indiquei no artigo. Ele foi editado pela Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de janeiro, em parceria com a UFF. Eu acredito que através destas instituições você consega.

    Além disso, indico os artigos do pesquisador João Alberto Ferreira, que você pode conseguir alguns pela internet. Faça uma busca pelo google. Ele tem muitos estudos sobre isso.

    abraços.

    Resposta
  • 19/08/2008 em 17:03
    Permalink

    fico preocupada com todas essas criticas e conclusões vivemos num pais que ha mais lixões (uns 75%) do que aterro sanitario. Sendo que infelizmente ha familias que ficam esperando os caminhões chegarem para ver o que pode ser “aproveitado” não somos um pais de primeiro mundo e não vamos conseguir mudar isso de um dia para o outro. Houvem fatos de indigentes comerem carne humana em 1994(OLINDA PE), poluição do rio Guandu, enfim entre outras que não me lembro de detales… ha pessoas reaproveitando da pior maneira possivel o que descartamos fico imaginando o residuo solido da saude em meio ao residuo comum infectanto todo o resto… e o resto sendo aproveitado. O residuo da saude apos tratado por empresa qualificada não pode ser descartado em lixoes apos tratado (digo tratado e não queimado)nem mesmo aterro controlado e sim aterro sanitario licenciado, diminuindo assim alguns riscos… perfurocortantes que encontravam em postos em condiçoes irregulares acabavam nas maos de viciados que quebravam as grades para levar as seringa embora. Redigo o que eu disse não somos um pais de primeiro mundo nossos lixões não vão se tornam aterro sanitario num piscar de magica, se podemos melhorar um pouco iremos melhorar não vamos deixar de fazer um pouco porque sonhamos com o muito que pode ser feito.Simone Tecnologa em Meio Ambiente

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  • 21/08/2008 em 00:19
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    Oi Simone,

    Em todo lixão há esta história de gente que comeu carne humana. A única vi que deve ser verdade é de um casal, mãe e filho, que sabiam exatamente o que estavam fazendo. O resto é lenda.

    Falo sobre isso na minha dissertação:

    http://diariodoprofessor.com/2007/10/21/dissertacao/

    Mas isso é fácil de resolver. Restos e pedaços humanos não devem ser jogados em aterros ou lixões, por uma questão ética. Pronto.

    Quanto aos catadores, melhor – e mais barato -seria dar-lhes um auxílio financeiro para sair de tal situação.

    E, nos aterros ou lixões, ter um espaço especial para aterrar os pérfuro-cortantes dos hospitais.

    Gastar o que se gasta para não aterrar seringas porque lá há catadores é o fim.

    O que não podemos é ficar jogando o dinheiro público “no lixo”.

    Abraços.

    Resposta
  • 24/09/2008 em 15:00
    Permalink

    desculpe amigo, lixo é prejudicial para todos. Pense uma coisa só cmg… imagine vc que trbalha na segregação dos resíduos, e se fura com uma seringa cheio de sangue, qual vai ser sua reação? por isso que se tem hj esse preocupação com o lixo hospitalar, justamente para defender o meio ambiente e a integridade física de todos, é atraves de atitudes educativas que a sociedade, pessoas de saúde, saberam como dar fim CORRETO ao seu lixo, para não prejudicarem aqueles que vivem dele, por exemplo.

    Resposta
  • 24/09/2008 em 15:03
    Permalink

    Agora, sobre dar condições de vida a aqueles que dependem do lixo, EU tb concordo. Mas as coisas se modernizam, e o fim do lixo tb deve aconpamnhar esse processo, para o bem de todos, assim como a educação, saúde, trabalho, melhores condições, preços altos, dentre outros. abraços

    Resposta
  • 24/09/2008 em 16:41
    Permalink

    Ok Daniela,

    Mas veja, aterro – ou lixão – não é pra ter gente catando lixo. Ponto.

    Se quiserem que os catadores continuem fazendo este trabalho, deve-se implantar a coleta seletiva – e, nesta, não haverá seringas.

    O que digo é que o lixo hospitalar não há o mínimo problema de ser levado para um aterro e ser aterrado como os outros lixos.

    Se, por acaso, há pessoas que remexem o lixo e não se consegue resolver este problema, pode-se, por exemplo, aterrar o lixo com seringas e outros pérfuro-cortantes em separado, longe do trabalho deles.

    Resolvida a questão.

    Resposta
  • 02/11/2008 em 17:35
    Permalink

    bom dia
    gostei da sua argumentação mas gostaria de fazer uma ressalva a sociedade que é dividida em hipócritas (fazem alguma coisa pelo meio ambiente dede que isso lhe traga notoriedade ou ações fúteis e imbecís como dar as mãos em volta da lagoa rodrigo de Freitas mas jogam lixo na rua vão as compras e fazem questaão de trtazer um montão de bolsas de grife, não levam ao mercado carrinho ou bolsa indvidual para trazer suas compras e etc), ignorantes (que até gostariam de fazer mas não sabem como geralmente são pessoas de baixo nível social até por que se forem pessoas com um nivel social elevado , logo teram acesso a informação e se não faze estarão incluídos em outra categoria), desleixados (são esclarecidos sabem o que precisa ser feito mas não faze nada nem as ações idiotas dos hipócritas) e assistentes (ficam só assistindo os outros fazerem acha que não precisam fazer pois outros farão por ele podem ser esclarecidos ou não)os preocupados (aqueles que realmente fazem alguma coisa e infelismente esse são a minoria e ainda são chamados de idiotas, otários, chatos e outros adjetivos) deveria tratar o lixo de casa como se trata o reduo hospitalar ter pelo menos a conscientização de separa alguns componentes que possam ser nocivos a saúde de outros

    Resposta
  • 02/11/2008 em 22:59
    Permalink

    Fabio,

    Todos os resíduos hospitalares que acham que sejam “nocivos à saúde” por conter “bactérias” – não por produtos químicos – não são nocivos à saúde.

    Podem muito bem ser aterrados como quaisquer outros.

    As bactérias são naturais e estão por toda parte, por quaiquer lixos, em quaisquer lugares.

    Ou seja, não há porque gastarmos tanto dinheiro com isso.

    Abraços.

    Resposta
  • 10/11/2008 em 10:50
    Permalink

    Concordo com o Declev, aliás estou lendo vários livros e artigos do Emílio, uriel, entre outros autores para ficar por dentro do assunto. Mais entendo que pra muitas pessoas é difícil aceitar essa verdade do lixo hospitalar. Mais entendo tbm que tabu não se quebra de um dia para o outro, porém estou fazendo minha parte. Esse gasto elevado para dar um tratamento “especial” aos RSS deveria ser usado para dar uma qualidade de vida mais digna aos brasileiros que sofrem cada dia mais com a fome, desemprego e descaso.

    Resposta
  • 11/11/2008 em 00:00
    Permalink

    Oi Tatiane,

    Realmente pode ser difícil aceitar a verdade, mas justamente pelo que você falou: tabu.

    Mas basta ver os argumentos e ler alguns artigos científicos – basaeados em fatos e experimentos.

    Aí ficaria mais fácil, né?

    Se souber de algo novo, coloque por aqui…

    Abraços.

    Resposta
  • 20/11/2008 em 17:39
    Permalink

    Aff pq vey nada a vê eu num sei quase nada sobre isso mais poxa poluir ée pessimo!!

    Resposta
  • 20/02/2009 em 15:10
    Permalink

    Já deveria estar acostumada de ver como argumentos do achismo se sobrepoem aos argumentos científicos, mas toda vez que me deparo com este fato fico chocada.
    Você argumenta com lógica, demonstra por a + b a verdade de suas afirmações, mas como as pessoas são bombardeadas, pelos meios de comunicação, e por outras estratégias que estão nas mãos dos interessados pelos enganos, não conseguem nem perceber a lógica de seus argumentos. Pior ainda, não se dignam a ler os trabalhos científicos que comprovaram suas afirmações!
    é, os interessados na perpetuação dos enganos trabalham bem!
    Abçs

    Resposta
    • 21/02/2009 em 21:29
      Permalink

      Oi Carmem,

      Concordo totalmente com o que você diz.

      São os recursos discursivos dos quais se utilizam. Podem nos fazer crer de qualquer coisa.

      Taí a publicidade, o marqueting, a propaganda – ciências que merecem anos de estudo – que não me deixam mentir.

      Abraços.

      Resposta
  • 05/03/2009 em 14:28
    Permalink

    Oi,estou fazendo tecnico em enfermagem achei esse Tema para uma otima discução.Eu tenho que fazer um TCC no final do curso para apresentação gostatria de receber arquivos sobre esse tema Lixo hospitalar e lixo comum.
    Concordo plenamente qdo se coloca a importancia do lixo comum.
    Gostaria de sua ajuda e dicas para ficar por dentro do assunto.
    Um grande abraço

    Resposta
  • 27/03/2009 em 09:51
    Permalink

    E Aí, meu velho!
    Lixo, é sempre um tema complexo, por vezes não nos damos conta que a hetrogeneidade do lixo prduzido diariamente em todas as casas, hospitais e empresas, garantem a homogeneidade de todo o lixo produzido. Entendo o que quer dizer quanto ao exceço de zelo, por interesses próprios ou por pressão de alguns setores da sociedade. No fim lixo é lixo e pronto.
    O que acho que acontece, no íntimo de cada um, é uma alterização de responsabilidade, ou seja, o sangue ruim, contaminador, infecto, mesmo que eu esteja muito doente, não é o meu, é o dos outros que estão no hospital, por isso minhas gazes, minhas seringas, fraldas podem seguir com os demais lixos.
    Entendo que com a chegada de pequenos lotes de lixo, misturando RSS e lixo comum, ponha em risco o lixo a ser selecionado para reciclagem e reutilização, mas o pior já é feito, muitas vezes o lixo separado em casa segue no mesmo caminhão e ao ser misturado se contamina. De que adianta eu selecionar meu lixo, e dispensá-lo numa coleta comum, ele vai misturado do mesmo jeito?
    Agora será que a sociedade mudará a maneira de olhar o lixo hospitalar, isso eu duvido, por que a imprensa sempre vai utilizar imagens de pessoas que correm risco catando o lixo nos lixões contendo RSS, como se fosse bem salutar estar naquela situação de catador de lixo em lixões.
    Um abço pra tu

    Resposta
    • 27/03/2009 em 10:29
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      A questão do lixo a ser selecionado para a reciclagem, Alex, é que ele tem que ser separado já na fonte.

      Ou seja, inclusive nos hospitais, os plásticos, vidros, papéis etc. que podem ser reciclados, não seguiriam com o resto, que iria para um aterro.

      Todo este “resto”, pode ser aterrado simplesmente. Tudo junto. Ou queimado, se decidirmos que não temos mais espaço.

      Abraços.

      Resposta
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  • 21/10/2009 em 09:11
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    Se alguem souber algo para complementar um trabalho que tenho que fazer sobre a ” historia das coisas” eu ficarei grata.

    bom dia a todos.

    abs.

    Resposta
  • 31/01/2010 em 19:43
    Permalink

    Oi… Estou cursando o oitavo período de Farmácia, e gostaria de fazer meu TCC(Trabalho de Conclusão de Curso) sobre “Lixo Hospitalar”.
    Achei interessante seu site…
    Gostaria de saber como fazer para ter em mãos, o livro sugerido?
    E se você poderia enviar para o meu email, artigos, sugestões de sites e livros sobre o assunto em questão.
    Obrigada!

    Resposta
  • 04/04/2010 em 16:45
    Permalink

    Oii adorei tudo que vc expois nesse texto achei muito interessante para q todos nós do paoís possamos parar e pensar.
    Estou fazendo enfermagem e esses toques aii q vc deu foi muito bom para minha formção obrigada por compartilhar sua inteligencia, observação,capacidade e etc.

    Resposta
  • 06/04/2010 em 19:59
    Permalink

    Ola Declev, por uma connhecidencia um dia apos eu ter lido o que vc expos em relção ao a diferença do lixo hospitalar p/ o lixo comum que ñ á, uma amiga de turma e a professora disse que , o conceito q vc colocou é interassante mais que o lixo hospitalar tem muita diferença sim do lixo comum assim disse elas, disse q as diferenças são enormes.
    São elas, no hospital tem paciente com doenças terminais e em casa ñ temos paciente com doenças terminais, e que as bacterias em um hospital são muito mais que em casa será q vc poderia me dizer algum?
    Eu concordo plenamente com vc, eu estou quase convencendo elas que o seu conceito é simplismente exato, a professora me pediu pra levar os conceitos q vc colou pra ela espera que ela venha pensar como nós…

    Resposta
  • 06/04/2010 em 20:28
    Permalink

    Oi Katlen,

    O problema é a forma de pensar.

    Veja, o paciente “terminal” que está no hospital é o mesmo que tinha a doença mas que, antes de estar em estado “terminal”, não estava no hospital, estava em casa.

    Então, não importa se ele está em estado terminal ou não, mas sim o fato de ele ser portador da doença.

    Vejamos: se uma pessoa é portadora de hepatite ou de HIV, ele fica em casa, certo? Ele não fica confinado em um hospital! Mas se está numa situação muito ruim, vai pra hospital. Em ambos os casos ele gera lixo, em ambos os casos o lixo dele pode estar “contaminado”. Seja papel higiênico, gaze e algodão de algum curativo, etc.

    Por outro lado, não creio que no hospital tenha mais bactérias do que uma casa. Já li ao contrário.

    De qualquer forma, mesmo “se” tiver, qual o problema destas bactérias irem para um aterro comum? O que elas farão lá, no meio do lixo de toda uma cidade? Matar os ratos e baratas?

    Bactérias nascem e morrem diariamente, a todo segundo, em TODOS os lugares do mundo.

    “Se” tem uma quantidade maior no hospital, não quer dizer que não existem nas casas, nos escritórios, nas ruas, nos ônibus, no chão, nas nossas roupas, abaixo de nossas unhas, nos nossos dentes…

    Qual o problema de elas irem, então, junto com os lixos dos hospitais, para os aterros?? Por que este lixo tem que ser separado dos outros? Por quê temos que queimar este lixo?

    Temos que ter cuidado com ele? Sim, claro! Assim como temos que ter cuidado com o lixo de casa, pois se não tivermos, poderá trazer moscas, ratos e baratas pra dentro de nossa casa. Temos que tomar banho todos os dias pra que as bactérias não se reproduzam demasiadamente em nosso corpo, etc.

    Mas qual é o problema de o lixo do hospital (com bactérias) ir junto com o lixo de casa (com bactérias) e de outros lugares (com bactérias) para um aterro “de lixo”, que é para onde o lixo deve ir?

    É isso. Estamos aí pra conversar mais.

    Abraços.

    Resposta
  • 10/04/2010 em 21:20
    Permalink

    Entendo perfeitamente o que vc disse vou mandar a sua explicação para meu amigos de turma e minha professoras pq eles ainda ñ entenderão muito bem, mais vou convenselas rsrs quando eu conseguiu eu lhe digo.
    abraços.

    Resposta
  • 15/04/2010 em 12:43
    Permalink

    Oi Declev, aonde consigo o livro que você indicou sobre RSS? Estou fazendo uma monografia sobre o assunto.

    “Lixo hospitalar: ficção legal ou realidade sanitária?”, organizado pelo próprio Autor: Eigenheer, Emílio(org).

    Resposta
  • 19/04/2010 em 01:47
    Permalink

    Só uma coisa cara: queria que você você o próprio meio ambiente pra sentir a terrível dor da contaminação e não venha dizer que as bactérias e doenças são tudo a mesma coisa, e não é só uma questão de saúde, puta merda cara não vê que é também uma questão de segurança?queria ver se você fosse um agente ambiental e se se cortasse com seringas contaminadas Ahr!Cara em que mundo você vive? e não acredito que existam seguidores de tanta ingenuidade e falta de estudo, sabe começa a estudar mais a vida e esquece das tuas viagens paranormais! Vê se estuda mais, rasga teus escritos, tenha argumentos adequados a essa situação,melhor dizendo ou você muda seus pensamentos ou morre de vez nesse mundo que pede socorro ambiental!
    Resumindo:você é pior que um lixo hospitalar!

    Resposta
    • 19/04/2010 em 16:01
      Permalink

      Oi Karlyn,

      Obrigado.

      Quanto a questão de “estudar mais”, me mostre alguns estudos que comprovem que o lixo hospitalar tem mais bactérias que o normal, das residências.

      Abraços,

      Resposta
  • 19/04/2010 em 02:07
    Permalink

    Somente: Leia mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Lixo_hospitalar
    pesquise no google sobre o destino adequado do lixo hospitalar:incineração
    Sabe qual o maior perigo?o lixo hospitalar é tóxico, pesquise o que significa tóxico e o que é danos para a saúde e para o meio ambiente porque vejo que vc não sabe nada mesmo!
    Desejo que o mesmo Ser Supremo que te mandou pra vida terrestre(Deus) ilumine a mente das pessoas para que elas não leiam seus livros!

    Resposta
    • 19/04/2010 em 15:49
      Permalink

      Oi Vaskinho,

      Vejo que você não entendeu nada do que eu escrevi e que seu pré-conceito continua imoperando contra os fatos.

      Aí fica difícil.

      Mas todo mundotem o direito de ter as sus opiniões.

      Abraços

      Resposta
  • 07/08/2010 em 18:16
    Permalink

    Boa noite!
    Lendo sobre perguntas e respostas, fiquei meio confusa, porque estou fazendo um projeto sobre residuos hospitalares e fiquei sem entender a verdade da coisa, concordo com você até certo ponto. Gostaria que enviasse comentários concretos a respeito desse assunto.
    Aguardo respostas.

    Resposta
  • 15/09/2010 em 00:07
    Permalink

    É interessane como basta um texto de alguma forma tocar em tema cuja massa popular tem como “verdade repetida”, para que desperte manifestações exaltadas (e até agressivas e deseducadas). É notável perceber que, mesmo que esse texto seja apresentado de forma objetiva e ponderada, ele passa a ser atacado com agressividade visceral, sendo difícil e até muito raro encontrar alguém que se oponha à ideia apresentada, com contra argumentações lastreadas em fundamentações (com o mínimo de urbanidade – diga-se de passagem).
    Posso dizer que o texto muito bem apresentado, no mínimo, me fez despertar para a necessidade de repensar a questão do lixo e sua destinação.
    Parabéns ao autor por, utilizando-se de seu conhecimento especializado, levantar uma questão de atualíssimo interesse.

    Resposta
    • 15/09/2010 em 12:35
      Permalink

      Oi Paulo, muito obrigado.

      De fato, difícil encontrar quem dê contra-argumentos fundamentados.

      É sempre na base do é “assim porque sempre foi assim!”

      Vai provar que manga com leite não faz mal!!!

      Abraços

      Resposta
  • 15/09/2010 em 12:49
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    Declev, encontrei o livro indicado por você do professo Emílio Engeheinr, indico para as pessoas que tem esse preconceito sobre Resíduos de Serviços de Saúde ou lixo hospitalar. Nele tem as reais razões que levaram a esse alarde todo sobre esse tipo de resíduo. Os perfurocortantes sim, devem ter atenção especial no tratamento para se evitar contaminação.

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  • 29/12/2010 em 09:18
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    Nós precisamos entender que aterrro sanitário não é lixão a céu aberto e que a própria ANVISA juntamente com a CONAMA aceitam o aterro sanitário (desde que esteja de acordo com as normas ambientais estaduais) como destino adequado para o lixo hospitalar. O que realmente falta ao nosso país é uma preucupação com todo tipo de lixo, um tratamento adequado para todo tipo de lixo, reciclagem, reutilização…Não se acaba o problema do lixo tratando apenas dos RSS, mas pensando e repensando o lixo nosso de cada dia!

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  • 13/03/2011 em 18:50
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    Tudo bem que existem bacterias em todos os lugares,ate mesmo nas nossas alças intestinais.Mas nao concorda que eventualmente surgem bacterias multi-resistentes em ambiente hospitalar, que nem os mais competentes antibioticos combatem?

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    • 13/03/2011 em 20:37
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      Oi Guilherme,

      O uso continuado de antibiótico pode fazer com que as bactérias fiquem mais resistentes a ele.

      Por isso não podemos utilizar antibióticos de forma indiscriminada.

      O que acontece é que nos hospitais as pessoas estão doentes, estão enfraquecidas, com suas defesas abaladas. Por isso são mais susceptíveis a pegar infecções.

      Por isso os hospitais têm que ser inpecavelmente limpos, seguros, desinfectados.

      Mas isso não tem nada a ver com o lixo hospitalar em si, pois o lixo hospitalar não tem que estar dentro do hospital, infectando o hospital, certo? Tem que ser coletado e levado.

      Da mesma forma, por exemplo, se colocássemos lixo domiciliar em um hospital traria problemas!

      Ou o lixo domiciliar não tem bactérias, ratos, baratas, moscas?

      Só digo que são, neste aspecto, iguais.

      Mas o hospital deve ser mais limpo que nossa casa!

      Abraços,

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  • 13/08/2011 em 23:14
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    ediclei,seria maneiro eu usar sua teoria para apresentar um seminario?

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    • 13/08/2011 em 23:25
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      Oi Deise,

      Pode utilizar, desde que cite a fonte, eu (Declev Dib-Ferreira) e o blog (Diário do Professor).

      E… quem é ediclei? Não sou eu!

      Abraços,

      Declev Reynier Dib-Ferreira

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  • 19/11/2011 em 19:06
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    boa noite estou montando um tcc sobre destino do lixo hospitalar
    podem me enviar algum conteúdo com citação por favor

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