Prezada Cláudia,
Sou funcionário do município do Rio, professor de Ciências.Tenho este cargo por mérito próprio, por passar em um concurso, há quase 5 anos – não tenho cargo por indicação política.
Li uma matéria com uma entrevista sua nO Globo, dia 08 de novembro de 2008, página 18.
Na ocasião, algumas frases e propostas me chamaram a atenção. Tanto pela inocência quanto pela maldade das mesmas.
Gostaria de, mui respeitosamente, discutir alguns pontos. Vejamos…
1 – Você diz que pretende “investir na qualificação de professores, que poderão ganhar computadores portáteis”.
Eu agradeço muito o computador, porque estou precisando, pois o meu pifou. Mas isso, siceramente, não creio que seja investir na qualificação do professor. Já tive a oportunidade de escrever sobre isso por aqui, quando da mesma compra pelo Estado.
Tenho um amigo que ficará com 5 computadores portáteis em casa e não sabe o que fazer com tantos. Ele e a esposa são professores, ambos do Estado e da prefeitura do Rio. Já tinham um, ambos ganharam do estado e ambos ganharão da prefeitura.
Professores, cara futura secretária, querem salário decente. Com ele podem comprar seus próprios computadores. E muitos já o fizeram, pois o preço baixou bastante. Eu mesmo ia comprar um – como eu disse, o meu pifou – mas não vou. Estou esperando ganhar. Mas preferia um bom aumento de salário para comprar o que eu próprio escolhesse e ainda aumentar minha renda.
2 – Você faz uma pergunta: “Por que uma cidade que tem tantos mestres e doutores de qualidade não consegue fazer um Ideb compatível com os de países desenvolvidos?”.
O Demétrio Weber já respondeu, mas eu insisto em te responder esta pergunta também.
E o principal motivo é simples: porque mesmo sendo mestres ou doutores de qualidade, temos que trabalhar em dois, três, quatro ou mesmo em cinco lugares diferentes pra poder somar renda e ter um salário “compatível com os de países desenvolvidos”!!!
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Sem contar as condições em que trabalhamos, secretária, que nem de longe é “compatível com os de países desenvolvidos”.
A pergunta seria ao contrário: “por que não tratamos como os países desenvolvidos os nossos tantos mestres e doutores de qualidade?”.
3 – Por fim, sua maior pérola, a frase “Quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou”.
Fico muito muito muito apreensivo que uma pessoa que tenha este pensamento venha a coordenar a maior rede municipal da América Latina.
Pra facilitar o entendimento da minha lógica – que pode ser muito profunda pra quem nunca entrou numa sala de aula do ensino fundamental de uma escola encravada numa favela – farei um paralelo com o médico.
Imaginemos uma pessoa que desde que nasce não tem cuidados médicos, não se cuida, não faz exercícios, não se alimenta direito, bebe, fuma, é sedentário, estressado etc.
Essa pessoa passa mal e vai ao médico. O médico receita remédios e faz uma série de recomendações dizendo que, se não seguir, ele pode morrer. O doutor marca uma nova consulta para daqui a alguns meses, para verificar o seu progresso.
A pessoa não fez nada do que o médico receitou e ainda faltou à consulta.
Passa mal de novo e vai ao médico. O doutor dá uma bronca, faz as mesmas recomendações, passa as receitas novamente, marca uma nova consulta.
O paciente, mais uma vez (ou muitas vezes), não faz o que o médico manda e morre.
O médico falhou?
Pela sua lógica, “quando um paciente morre, é sinal que o médico falhou”.
Oras… garanto que neste caso a senhora achará que o culpado é o paciente, já que o médico fez de tudo para salvá-lo…
Será que o professor também não o faz?
Mas vamos examinar o nosso caso. Por partes e desde o início.
a) quando a criança foi concebida, quem falhou foram os pais, que souberam gozar mas não evitar a gravidez;
b) quando a moça estava grávida falharam ela, o pai, a família e o Estado (assistência social, hospitais), que não deram a ela e ao feto um pré-natal decente – ou mesmo nenhum pré-natal;
c) quando ele nasceu e era um bebê cheio de necessidades falharam os pais que colocaram no mundo uma criança sem ter condições mínimas de criá-lo e falhou o Estado (segurança alimentar) em não dar a ele o que necessitava para seu pleno desenvolvimento;
d) quando ele era uma criança falhou o Estado mais uma vez por não oferecer a ele a pré-escola, tão importante no desenvolvimento intelectual e psicomotor nesta idade. Não obstante este ser um direito garantido pela Constituição Federal:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
e) nesta mesma idade e até tornar-se o adolescente ao qual a senhora se refere – aluno do fundamental – falham o Estado, as polícias, os bandidos, os filhinhosdepapai, os atores da Globo, os artistas e todos aqueles que usam drogas, ao condená-lo a viver em um local extremamente violento, com disputas entre facções rivais, com invasões desumanas de policiais em suas casas e um cotidiano de estatísticas piores que de guerras;
f) quanto à sua moradia, falham os políticos filhosdaputa, o Estado (habitação), o empresários, os especuladores, por fazê-lo viver em submoradia, sem o mínimo de conforto, sem espaço para ele, com uma densidade demográfica japonesa dentro de sua casa;
g) falham os publicitários que mentem para que ele não seja ninguém se não tiver o que ele não pode ter;
h) falham as emissoras de telvisão ao entrarem diariamente em contato com ele com imbecilidades que não ajudam em nada seu intelecto;
i) falham os empresários de ônibus que o restringe de andar pela cidade por conta do preço da passagem e do péssimo serviço que oferecem;
j) falham os locais culturais que são inacessíveis a ele (inacessíveis financeiramente ou mesmo barreira-cultural-invisivelmente);
k) falha a sociedade como um todo que o quer longe;
l) falha a estrutura da escola que só o tem em um pequeno período do dia, deixando-o nas ruas no resto das 24h;
m) falha o Corpo de Bombeiros que carrega bandidos carnavalescos desfilando em carro aberto pelas cidades, ao mostrar que quem tem valor é quem tem dinheiro, não importa de onde vem;
n) falham os jornais de grande circulação que estampam nas primeiras páginas, praticamente todos os dias, as fotos e colunas de fofocas de traficantes e outros bandidos – inclusive tenho um O Dia que tem a primeira capa toda falando do casamento de um traficante – glorificando quem é bandido, mostrando a ele que esse é o caminho;
o) falha o Conselho Tutelar ao superproteger mesmo quando fazem merda, nada fazendo e não mostrando que além de direitos também tem obrigações;
p) falham as editoras de revistas que só colocam a preço de quase nada as revistas mais imbecis que existem, com fofocas e coisas do gênero;
Enfim, apesar de a Constituição prever que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade” (Art. 205), a senhora vem me dizer que “quando um aluno é reprovado, é sinal que o médico professor falhou”?
Francamente.
É justamente o professor que está lá dentro, cara futura secretária de educação, com o aluno, diariamente, tentando fazer com que ele estude, com que ele dê valor ao estudo, com que ele aprenda!
Veja pelos exemplos abecedários que dei em cima, que o professor é praticamente o único que quer que ele seja alguém pela educação; o professor que dá valor ao estudo; o professor que luta contra toda a merda que a sociedade faz com ele desde antes dele nascer, para que ele se salve.
Veja, prezada futura, o que diz a Constituição Federal:
CAPÍTULO II – DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Quais destes direitos o Estado – do qual você tem íntima relação, a ver pelos cargos que já ocupou – oferece ao aluno – e com qualidade?
Quase nenhum, né?
E você vem me dizer que é o professor que falha, como se só o que fazemos em sala de aula é o que conta, é o que faz um aluno ter sucesso ou não???
Francamente.
Assinado:
Um professor mestre doutorando que tem diversos empregos e mesmo assim luta para que seus alunos possam superar toda a merda que a sociedade faz com eles para que possam ser alguém na vida e que, justamente por se sentir incapaz de fazer isso com o que o Estado lhe oferece, não acredita em reprovação.
Assino embaixo.
(É nisso que dá a irresponsabilidade social dos “cariocas”¹… Deixaram um politiquiero barato ser eleito, para “curtir o feriadão”…)
Batendo por partes: Meu neto estuda em uma Escola Municipal, tida como “de elite”: a EM “Estácio de Sá” (que fica dentro da Fortaleza de São João, na Urca). Computadores, né?… A escola tem um monte… Todos inativos: a rede (LAN) nunca foi montada, muito menos o acesso à Internet. Vai adiantar muito dar um laptop para os professores… Eles vão poder montar suas aulas em lindíssimas apresentações “Power Point”… e imprimir (do próprio bolso é claro…) e distribuí-las como apostila, porque em lugar nenhum há projetores (sem de transparências de acetato, o que dirá de imagens de computador!…) Alguém já explicou para essa senhora que um aparelho de telefone celular só funciona se estiver habilitado em uma rede de telefonia e com a bateria carregada?… (Me poupe!…)
Quanto à segunda questão, é de um primarismo tão ridículo que nem merece resposta.
Mas… sabe que eu concordo com a terceira afirmativa?… Quando o aluno é reprovado, é sinal de que o professor falhou. Concordo em gênero, número, grau, caso e declinação.
E por que o “professor falhou”? Bom… Eu posso traçar um paralelo com a minha (antiga) profissão: militar (do Corpo de Fuzileiros Navias, considerado “tropa de elite”). Se me mandassem combater as forças dos Estados Unidos, ou da velha União Soviética, eu iria… mas sem esperança alguma de vitória… Eu já sabia que ia “falhar”.
“O professor falhou”… Mas de quem é a CULPA? Por que será que encontramos professores despreparados, desmotivados, até incompetentes?… Eu acho que um forte indício é porque quem está preparado, motivado e é competente vai procurar uma carreira que lhe permita viver com alguma dignidade… Mas existem as exceções: há (e não são poucos – ao contrário, eu pasmo em ver que são a maioria esmagadora) os que fazem da profissão um sacerdócio. Quixotes montados em Rocinantes, carregando de lança em riste contra muralhas, em defesa daquilo que todos concordam (da boca para fora…) que é o mais básico direito da criança: ter acesso à educação.
Eu disse – lá no início – que meu neto é aluno de uma escola municipal “de elite”, não foi?… Pois bem… Na semana passada, eu fiquei sabendo – pelo jornal – que aconteceu um incidente gravíssimo na escola: um aluno “contrabandeou” um revólver para dentro da escola e a arma disparou acidentalmente, dentro da sala de aula (a competência dos professores foi tal que meu neto nem soube do ocorrido – mas eu imagino o grau de estresse que eles tiveram que suportar e “fazer uma cara bonita, para não assustar as crianças”…)
Os professores “falham”, sim… Principalmente porque lutam uma batalha já perdida, antes mesmo de começar. Aos politiqueiros, interessa se pavonear com números de crianças matriculadas. Que as escolas sejam uma “máquina de produzir certificados de conclusão”, onde a criança entra ignorante pela porta de entrada e sai irremediavelmente “burrificada” pela porta de saída, com um papelucho risível, não vem ao caso para as “estatísticas”.
E tanto melhor para os politiquieros… Mais analfabetos funcionais vão cair nas suas lenga-lengas e continuar elegendo politiquieros que fazem promessas numéricas fantasiosas (“40 UPAS em 4 anos!…”), e, se não funcionar, “a culpa é do professor, que falhou…”
¹ “Carioca” é o cacete!… Neste Rio de Janeiro, nem metade da população que nele vive nasceu aqui!…
Também sou professora da rede e li a mesma reportagem. A primeira coisa que me chamou à atenção foi a falta e coerência lógica no discurso de nossa futura Secretária: primeiro ela diz que o professor é quem falha se o aluno não aprende e mais à frente diz que os professores não são heróis. Há uma grave erro lógico aí, pq se o professor tem que dar conta de segurar o rojão no fim da batalha (mencionada muito bem neste post) sem “falhar”, eu só posso concluir que o professor TEM QUE SER um MEGA-herói para conseguir isso, e dps nossa Secretária diz que não temos que ser heróis?! Sim, pelo que foi exposto inicialmente por ela temos sim. Mas acontece que não somos heróis, somos seres humanos comuns e pior, desarmados na frente de batalha de uma guerra social. Secretária, isso só pode ser uma piada sua!!! Só que não tem graça!!!
Olá, Declev! A quanto tempo não posto nenhum comentário aqui. Tenho lido muito o seu blog, mas não achei um tempo para escrever.
Concordo com muita coisa que foi escrita neste artigo. Mas acho que podemos dar um crédito à nova secretária: pelo menos ela não está falando em aprovação de qualquer jeito. É claro que a coisa pode mudar de figura mais adiante ( já vi esse filme!). Mas gostei de saber que ao menos ela vai exigir algo parecido com o velho e bom conteúdo, aquele que todo aluno deveria aprende dentro de uma escola.
Estou esperando e pagando para ver! Beijos e parabéns pelo blog ( mais uma vez!).
Oi Andrea, seja bem vinda novamente,
Só acho perigoso o discurso da qualidade da educação se basear no reprovação x aprovação. Este não é o foco.
Sinceramente, eu sou contra a reprovação por vários motivos, que os comentarei em um novo artigo.
Aprovo todos os meus alunos, sem exceções – o que não significa que eu não os avalie, não cobre, não ensine, não dê duro para que façam tudo.
O fato é que eles não vão passar a aprender por a reprovação existir; e esta acaba deixando os próprios professores reféns dos piores alunos – justamente aqueles dos quais reclamamos tanto – pois são os que reprovamos. Ficamos com alunos de 15-16 anos junto com outros crianças de 11-12 anos.
A reprovação termina por ser injusta com os dois lados mais injustiçados da educação: o professor e o aluno.
Mas é uma discussão quase sem fim.
Abraços.
Bom… Então “acende a luz e para para organizar”, porque eu caí do bonde em alguma curva… Que me conste, as “provas” (“avaliações”, “conceitos”, “notas”, sejam lá que nome derem a isso…) são aferições da quantidade de conhecimentos absorvidos pelos alunos de um determinado conteúdo que vai ser necessário ao aprendizado futuro. E existe um “quantum” mínimo necessário para essa progressão.
Aprovar alunos “por antiguidade” (e eu espero ter entendido mal sua colocação sobre “se tornar refém”) é muito mais injusto para com o aluno do que diversas outras medidas (inclusive a reprovação). Existe todo um imenso meio-termo entre “aprovação automática” e aquele sistema cabuloso de “repetir o ano por causa de meio ponto em uma matéria” que me atazanava quando eu era estudante.
Realmente você me deixou preocupado com sua colocação acima, sem maiores elaborações…
Pois é, Declev! Já pensei como você sobre aprovação X reprovação. Quem me ouve ou lê o que escrevo agora acha que eu devo ser destas professoras que reprovam “a rodo”. Mas nào sou.
O que me incomoda são as atitudes extremadas : ou se aprova a todos ou se reprova a maioria. Quando eu entrei no município do Rio de Janeiro ( 1993) , peguei uma turma onde todos foram reprovados pelo menos 3 ou 4 anos seguidos entre a 5a e 8a séries. Eram 43 alunos totalmente desestimulados. A direção me disse que nem tentasse dar aulas, pois eu não ensinaria nada, por que eles não conseguiam aprender. “Vai lá e enrola”! ( foi o que ouvi.) . Não enrolei, dei aulas, ensinei e aprenderam. Estão todos ai !
Por outro lado, esse ano ( e ano passado , no outro também) , aprovei alunos que mal assistiram minhas aulas. Tem aluno que eu não vejo desde agosto deste ano. Aprovado. Esse aluno nem se quer me deu condições de mostrar a ele que é capaz de aprender. Será justo isso ? Será que tanto faz dar aulas ou não? Será que na escola tanto faz o nosso trabalho ? Se dou aulas e alguém assiste : aprovado. Se não e ninguém assiste…
O que não é justo é reprovar o aluno que já vem com dificuldades e não atingiu os objetivos. Mas se ele assiste as suas aulas… ele aprendeu algo. Então será aprovado sim, apesar de não ter as mesmas competências que os outros.
Mas o outro extremo… aprovar sem assistir aulas ?
Beijos
Oi João, oi Andrea,
Sim, sim, pode ficar preocupado, porque os critérios utilizados para a aprovação ou reprovação de um aluno são muito mais “amplos” do que o que você citou, através das aferições.
É muito comum um aluno ser reprovado por ‘mal comportamento’ – pois muitos outros com o mesmo conhecimento ou até mesmo menos conhecimento aferido são aprovados por serem “bons” alunos, comportados etc.
Aí acontece que estes que são reprovados – quase como que por uma ‘vingança’ do professor pelo que eles o fizeram sofrer durante o ano – são reprovados durante alguns anos, até que, em algum conselho de classe, digam “esse aí já foi reprovado muitas vezes, já tem muita idade, vamos aprová-lo logo! Não vamos reprová-lo novamente!”.
Cruel? Sim, é.
O que acontece, João e Andrea, é que não existe um padrão, não existem critérios para aprovar ou reprovar um aluno.
Fatalmente – com algumas exceções – há imensas discrepâncias nas notas ou conceitos dos professores, e isso vai além do simples ‘o aluno gosta mais dessa ou daquela disciplina’.
Já aconteceu muitas vezes de eu reprovar alunos – quando eu o fazia – que em outros professores eram aprovados quase com nota máxima – inclusive com professores(as) de Português, mesmo com a leitura e escritas capengas.
Por estas e outras eu não reprovo alunos.
Eles passam um ano comigo enchendo o saco deles para estudarem. Passo exercícios, explico, ofereço fontes de pesquisa, dou sugestões de diversos trabalhos diferenciados. Chamo os responsáveis e levo pra diretoria quando acho necessário a ajuda de outros. Avalio e reforço os pontos mais fracos.
Faço de tudo… quando eles me deixam.
No final disso tudo, e apesar disso tudo, eu vou reprovar aqueles que nada fizeram?
Pra quê? Vocês acham que no ano seguinte eles vão fazer? Pela minha experiência, não.
E se por acaso quiserem estudar, ajudarei-os no ano seguinte, na série seguinte, com alunos da mesma faixa etária que eles.
Eles correm atrás do tempo que perderam, e eu os ajudo.
Quanto à sua pergunta, Andrea, aprovar sem assistir aulas… é mais complicada, de fato.
Mas que tipo de “assistir aulas” estamos falando?
E mais uma vez a questão: sendo o aluno obrigado a estar matriculado, até quando vamos reprovar um aluno – mesmo os faltosos? Até fazer 16 anos e o convidarmos a ir para noite?
E o que a escola faz para ser mais atrativa, no ano seguinte, para que eles não faltem?
Não tenho as respostas…
Abraços.
Pingback: Descarado desvio de dinheiro e absoluta impunidade na educação em Niterói | Diário do Professor
Caro Professor,
Tenho um blog sobre política e, recentemente, recebi um e-mail contendo o texto desta sua postagem.
Me identifiquei muito com suas opiniões, embora discorde levemente de algumas delas.
Para não me alongar, parabenizo pelo texto e aviso que estou referendando o link dessa sua postagem em meu blog, o Perspectiva Política, que tem alguma projeção e já foi até mesmo indicado pelo famoso Blog do Noblat.
Dou meus parabéns também pela profissão árdua que escolheu seguir. Sei bem como é, afinal, mesmo sendo ainda universitário, sou filho de um professor de biologia e de uma pedagoga.
Estou aberto a qualquer comunicação entre os blogs, como comentários, parcerias ou trocas de links e por e-mail.
Abraços,
Bruno Kazuhiro
http://perspectivapolitica.wordpress.com
Oi Bruno,
Que bom que o texto esteja sendo divulgado. Obrigado pelos elogios.
Seu site é muito bom e já está devidamente linkado, na categoria Política e Cidadania.
Abraços.
Sensacional, principalmente pela clareza e simplicidade.
Obrigado.
Mesmo com a clareza e a simplicidade, ainda assim espero que ela entenda…
Abraços.
Caro Ferreira,
faço parte da rede e tenho que concordar com vc em gênero, número e grau. E penso que além de sermos professores, muitas vezes temos que ser “médicos, psicólogos, assistentes socias, mães, pais, conselheiros e doadores de materias para nosssos alunos”. Agora ser Deus para fazer milagres fica mais complicado.
Quem sabe a nova secretária tenha o segredo e nos ensine?
Parabéns pelo artigo!
Obrigado Márcia,
Mas duvido que ela tenha o segredo.
Duvido que tenha entrado numa sala de aula das que nós entramos…
Abraços.
Texto confuso e equivocado, agravado pelo emprego de linguagem chula, o que compromete definitivamente a seriedade do conteúdo. Como considero oportuno e imprescindível qualquer debate sobre Educação, sugiro a leitura de um artigo do jornalista Ali Kamel, do jornal O Globo do dia 1/01/2009, intitulado “Ao Prefeito”. É uma excelente matéria para reflexão : muito bem escrito e fornecendo interessantes subsídios para adicionar mais clareza ao nosso debate.
Oi Eliane,
Seu comentário me inspirou uma resposta maior que um simples comentário.
Por isso a postei aqui:
http://diariodoprofessor.com/2009/01/08/sobre-comentario-a-carta-a-secretaria-artigo-de-ali-kamel-escola-educacao/
Vai lá…
Abraços.
Pingback: Sobre comentário à Carta à Secretária, artigo de Ali Kamel, escola, educação... | Diário do Professor
Meu comentário é curto. Espero que a secretária tome conhecimento do seu texto, leia e reflita.
Abraços
Tomar conhecimento e ler acho até possível Luiz, mas refletir… sei não…
Abraços.
Gostei da carta, e dos comentários.
E não é so no Rio que pensam assim as pessoas com cargos políticos…
Abraço.
Eu sei que não é só aqui Erica. E está cada vez pior!
Pingback: Quais são os piores palavrões da língua "brasileira"? | Diário do Professor
Caro colega
Adorei sua carta, achei até simplória. Sabe por quê?
Vc não falou nem 1/10 dos problemas enfrentados por nós.
Sou professora do estado (não errei a grafia, é com letra minúscula mesmo!) do RJ, tenho 2 matrículas.
Vamos há alguns pontos que vc esqueceu:
1. COMPUTADORES > Você fala em computadores e que um casal tem 5. Eu não ganhei nenhum por estar fora de sala. Sabe onde eu atuo? No laboratório!!!!!!!!!! Sou OT (Orientadora Tecnológica). Durante o expediente não posso fazer pesquisa nenhuma, pois tenho que ajudar os usuários (professores, alunos, comunidade etc).
Vc sabia que muitos professores rejeitaram os leptops? Os rejeitados estão sem uso se deteriorando!
Os laboratórios do Estado usam o sistema LINUX. Sabe como foi o curso de capacitação para os OTs? Em Windows, ou seja, ficamos totalmente perdidos, sem nenhuma orientação sobre LINUX.
Os laboratório que ganharam impressoras, as diretoras não deixam usar. Não há verba para papel nem cartucho. Elas ficam, literalmente, paradas. Caso o aluno queira “salvar” algo… ai complica. O sistema é LINUX e quando ele chega a House é Windows. DANÇOU!!!!! Quando vai trabalhar em uma empresa é …Windows.
Existem escolas com computadores e sem estrutura física. Outras com estrutura e sem computadores. Escolas que ganham até aparelhagem para rádio 2 vezes.
Escolas com mais de 30 computadores e outras sem nenhum.
Falam tanto em projeto, aliás, é a nova moda. Será que eles não estão na moda?
2. SALÁRIOS X DIGNIDADE > Qualquer funcionário da ALERJ, até mesmo um servente, ganha + que um professor. Não estou discutindo o salário dele e, sim, o nosso. O dele é razoável, o nosso indigno.
Imagine que fiz 20 tempos de GLP em 2006 sem receber nada até agosto. Em agosto recebi os atrasados descontados do IR etc. Em setembro comecei a ser descontada de tudo integralmente. O Estado achou que eu recebi indevidamente. Entrei com processo no mesmo mês, e até hoje (30 de janeiro de 2009) nada foi resolvido. Nunca + fiz GLP. Recebo pouco e não estou disposta a trabalhar de graça. Isso se chama descaso. Fique claro que essa situação não é exclusividade minha.
Dei entrada em minha Pós-Graduação e levei 10 anos para consegui-la. O pior…Concederam em uma matrícula e não na outra!
Acredito que, pelas condições de trabalho, deveríamos ganhar insalubridade e periculosidade.
3. PROPAGANDA ENGANOSA > Vc já viu as propagandas da TV sobre educação? Piada, né? Pedir “Amigo da Escola”? E os impostos pagos pelo cidadão? A divulgação de piso para os professores também foi outra propaganda enganosa.
4. PARABÉNS > Realmente, vc é um herói, está fazendo mestrado. Eu tentei em 2002 e desisti. Trabalhava terças e quintas manhã e tarde no Estado. Segunda e quarta , no particular (tarde). Segunda, quarta e sexta, na madrugada (De meia noite às 6 horas) em uma Escola chamada 24 horas. O que sobrou… à noite. Comecei fazendo Literatura Contemporânea na UERJ. RS.rs.rs, só rindo mesmo! O professor do Estado não tem direito à bolsa. Precisa comprar livros “quentinhos”, passagem, cópias etc (com que R$?), ler muito (com que tempo?).
5. MÉDICO X PROFESSOR > Sua dissertação foi primorosa. A única coisa que vc não falou é que o médico do Estado também ganha mal e precisa trabalhar em diversos lugares para ter uma vida digna. Por isso somos mal atendidos por eles. Eles precisam CORRER!!!!!!!
6. PROFISSÃO > Todas dependem do professor. Seja ele de ensino fundamental, médio ou superior. Vc sabe de alguém com 3º grau que não tenha tido um professor? Por que os diretores são indicados? Será que algum brasileiro sabe quanto o Estado disponibiliza para a merenda (menos de R$ 1,00)? Por que será que os tais bandejões custam R$ 1,00 e o Estado disponibiliza menos para a educação? Ele acha que a educação faz milagre? Será que a população sabe que não temos direito a essa merenda? Comemos de favor das direções!!!!!! Por que o salário de quem trabalha na FAETEC (ESTADUAL), mesmo ensinando matérias básicas e não técnicas, no fundamental, ganha + que o professor do colégio ou escola do Estado? Por que será que funcionários do governo têm direito a passagem e nós não?
Vc sabia que no IPERJ tem excesso de funcionário e eles vivem batendo cabeça e fazendo escala para trabalhar? Por que um juiz em início de carreira ganha R$ 19.000,00 e nós temos que ganhar uma miséria? Temos graduação e fizemos concurso igual a eles.
Recuso-me a falar dos salários, carga horária, benefícios etc dos políticos.
Isso me revolta e já estou readaptada por estresse.
Bem minha resposta não foi completa, até porque não teria espaço para tal.
Finalizo, parabenizando os professores que se dedicam a sua profissão mesmo com o descaso dos governantes.
Helena Lazzaro Fernandes
Oi Helena,
Muito obrigado pelo seu comentário. É extremamente complementar ao artigo. Aliás, é um novo artigo.
Parabéns.
Abraços.
Olá a todos !!!
Essa carta a futura secretária de educação foi estudada e debatida em todos so sentidos na universidade , foi uma polemica.Mas tenho certeza que muitos ja mudaram a sua forma de pensamento em relação ao professor.
Beijos e Abraços a todos !!!!
Oi Valéria,
Espero que a profissão do professor venha a ser respeitada como foi um dia.
Quem sabe assim a educação começa a entrar nos eixos?
Abrsços.
As creches municipais são um projeto da prefeitura que visa um atendimento fundamental às crianças, em sua mais tenra idade, se tornando o primeiro contato com o sistema de educação da prefeitura. Portanto sua estrutura deve ser, e teoricamente o é, fundamentalmente educacional. Sem isolar o fator assistencial das mesmas, em virtude de muitos pais necessitarem de lugar para suas crianças ao exercerem suas profissões, foquemos nas crianças, que precisam de um lugar onde a educação básica, complementar à educação paterna, deve ser desenvolvida de forma cuidadosa, dedicada, e competente.
Há de se convir, no entanto, que para tal função educacional, faz-se necessário a presença de educadores em tais entidades, senão ao menos um professor capacitado em cada turma. Infelizmente o que observamos hoje é o reverso de tal situação, não havendo em algumas creches, sequer um professor na devida função, exceto os pertencentes a parte administrativa, e de apoio pedagógico da instituição. Como podemos esperar um tratamento digno, eficaz, e focado na educação das crianças, uma vez que os Auxiliares de Creche, funcionários públicos concursados para a função de ‘apoio’, acabam por exercer a função de professores/educadores em tais instituições. Sua falta de preparo não é de longe culpa dos mesmos, observando que o cargo em questão foi provido por meio de concurso público onde o nível de escolaridade exigido foi apenas o fundamental. Este fato, por si só, não detalha a realidade do quadro instaurado, posto que ante as dificuldade de se obter empregos de qualidade na atual situação do país, profissionais graduados fizeram tal concurso, logrando êxito, e desenvolvendo hoje a função que seria primordialmente uma função de profissionais da área de educação. E este fato não se torna um trunfo, ou qualifica tais profissionais, uma vez que há muitos de áreas completamente alheias à educação, emcubidos de tão meticulosa função. Já não fosse o bastante, é fato que na maioria das creches, pelo menos na área onde resido e observo atentamente, o número de Auxiliares de Creche é inferior ao necessário, ficando as salas com 2 ou 3 profissionais, onde deveria haver pelo menos 5 profissionais.
A solução para tal situação não está longe, inatingível, ou obscura. Há caminhos, e não cabe a minha pessoa, prescrutá-los. Apenas aponto direções, tendo em vista a melhoria da comunidade. Há um concurso para professores P-II, ainda dentro do prazo de validade, e ainda em fase de convocações. Acredito que o aproveitameto de tais profissionais seria um dos caminhos para equacionar a falta de pessoal nas creches, bem como equalizar o carater educacional enfocado nas mesmas. Por outro lado, é fato que muitos professores formados, e até graduados, estão hoje na função de Auxiliar de Creche, subvalorizando seus conhecimentos, e os impedindo de realizar um trabalho excelente para com as crianças. A mudança de classe funcional é algo previsto na legislação do Município do Rio de Janeiro, sendo admitido nesses casos, onde a necessidade está em perfeito acordo com a economia processual, acarretando ao município uma resolução prática ante a um assunto meticuloso, e que inspira um tratamento inteligente. Há ainda, a opção de qualificação aos profissionais hoje lotados nas creches. Cursos voltados para a educação infantil, para o cuidado com crianças em idade pré-escolar, para os cuidados básicos e primeiros socorros, além de observação à áres de higiene e saúde, desenvolvimento, e diagnóstico de possíveis problemas no aprendizado. De que forma isso pode ser feito é algo questionável, mas a idéia de nivelar o conhecimento, inclusive aferindo aos concluintes a instrução correspondente, em grau técnico, ou equivalente, torna a esperança em um melhoria no tratamento às crianças, algo plausível. Em verdade, podem e devem existir outros meios de solucionar a atual situação, que de fato observada já revela uma melhoria incalculável às decadas que passamos á mercê de creches particulares, que exauriam nossos recursos, e não davam a atenção devida, nem a educação necessária a nossas crianças. Mas é fato que o quadro pode melhorar.
Penso no futuro, e com visão otimista, o vejo melhor… mas sei que o caminho é longo, por isso me esforço em esboçá-lo com ânimo, determinação e esperança, que dá asas ao imaginar, e um alento ao coração.
Oi Daniel,
Isto não é um comentário, mas um artigo! rs…
Também acho as creches de fundamental importância. Deveríamos investir muito mais nelas do que fazemos hoje. E, com você diz, com qualidade pedagógica.
O problema é quando elas são vistas como mais um dos programas assistencialistas.
Desde a creche até os mais altos níveis de uma universidade: isso não é assistencialismo, mas educação – e deve ser tratado como tal.
Abraços.
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Prezada Claudia Costin“.
Eu,Cristiane Ribeiro da Silva,sou do colegio Alfredo de Pires Flores,concordo com o seu comentario
dizendo que os Professores falhou,mais o que acontece
se eles tivessem vontade mesmo de ensina nós alunos, eles faria de tudo
eles não ficaria lendo jornal em sala de aula,não ficaria dando bronca nos alunos só porque não entenderão o que foi explicado
,afinal nen todos os professores falha,mais muito não querem explicar,apenas chega no final do més e ir recebe o que é dele.
Anteciosamente;Cristiane Ribeiro da Silva.
Isso, Cristiane… continue colocando a culpa no professor.
É muito mais fácil.
eu quero saber o site e a senha do meu boletim escolar pois eu estudei na escola municipal estácio de sá no forte são joão na urca rj meu no e julia de carvalho mello
pois a escola disse que o boletim seria pelo site
Julia, Escreva ou telefone para a sua escola. A secretaria não está de férias. Abraços.
Senhora Secretária de Educação Municipal Claudia Costin,
devido a um quadro tencional traumático, tive problemas nas cordas vocais em ago/2009, sendo que em out/2009 fui readaptada pela junta médica do município, venho fazendo desde então tratamento vocal orientada pela fonodiologa da 5ª CRE, que me deu alta para exercer minha atividade, sendo assim fiz 3(tres) exames(videolaringoestroboscopia) e estes foram analisados pelos médicos(fonodiologos), sendo que o terceiro foi feito e analisado pelo Dr. Marcos André de Sarvat grande especialista no ramo, relatando que o quadro traumático está resolvido não tendo impossibilidade de meu retorno a sala de aula, portanto gostaria que fosse agilizado o cancelamento da readaptação para que eu possa retornar o mais breve possível a sala de aula, pois segundo a perícia médica este processo ainda irá para a 5ª CRE e depois para a minha escola(E.M. Cecília Meireles) para que eu solicite revisão apresentando os laudos, não permitindo que eu leve pessoalmente os mesmos, sendo assim, isto deve demorar a acontecer e estou preocupada , pois os alunos estão sem professor de Matemática desde o início da minha licença e readaptação, inclusive os alunos cobram minha volta as aulas, sabendo que estou apta para voltar a sala de aula do PEJA.
Desde já agradeço a atenção!!!
Ats,
Rosemary Borges Gomes
Professora de Matemática
E. M. Cecília Meireles
Matrícula: 173700-6
prefiro que coloque sua resposta à minha carta acima , abaixo dela pois pelo E-mail não consegui visualizar. conto com sua compreensão. Desde já agradeço por sua preocupação ,pois deve ser a mesma minha ;deixar os alunos sem aula de matemática desnecessariamente, e tendo que esperar por tempo não previsto. Conto com sua compreensão em agilizar; pois não vejo preocupação na perícia médica.
abraços, eu e meus alunos estamos querendo repor estas aulas para que eles não fique mais prejudicados .
atenciosamente, professora Rosemary. 11/03/10
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EXCELENTES RESPOSTAS À SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, QUE ENTROU SEM CONCURSO É 60/….., TEM CARGO POLÍTICO, NÃO SABE O QUE É ENSINAR COM SALRIOS ABAIXO DA CRITICA, NUM PAIS DE POLÍTICOS SAFADOS E SEM CARATER. SOU SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL, CONCURSADO…10/…. E NÃO CONSIGO MATRICULAR MINHA FILHA NUMA ESCOLA MUNICIPAL DO RJ.
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Professor Declev,
Só hoje tomei conhecimento do seu comentário, consequentemente, da sua soliticitação para a inclusão do endereço do seu site junto ao seu texto. O comentário caiu no spam e só agora o encontrei.
Como não segui “exatamente” as suas especificações, peço a gentileza de conferir aqui http://www.raquelrfc.com/2009/01/desabafo-de-um-professor.html
se a referência feita atende às suas expectativas, caso contrário, me informe, por favor. Caso eu não receba nenhum retorno seu em uma semana, retirarei o seu texto de lá, pois certamente é um direito seu discordar da forma como ele está sendo divulgado.
Aproveito a oportunidade para dizer que gostei bastante do seu texto.
Att.
Raquel
Oi Raquel, eu agradeço. Te mandei um email sobre isso. Abraços,
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Sou aluna da Estácio!!!